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Para atrair investidor, governo fará regras mais atrativas para Confins

O governo deverá oferecer condições mais favoráveis aos investidores privados com interesse na concessão do aeroporto de Confins, em Minas Gerais. Tudo indica, segundo um auxiliar da presidente Dilma Rousseff, que Confins terá um contrato de concessão mais longo e um valor de outorga mais baixo do que o Galeão, no Rio de Janeiro. O leilão dos dois aeroportos está previsto para setembro.

GRU obras

A atratividade do terminal mineiro gera alguma preocupação em autoridades do setor aéreo. Até agora, apenas um dos megaoperadores internacionais demonstrou interesse firme em participar da disputa por Confins, visitando suas instalações para avançar nos estudos técnicos que balizam as propostas dos grupos privados em qualquer licitação.

Foi a Changi, de Cingapura, que se aliou à Odebrecht TransPort no leilão dos três primeiros aeroportos – Guarulhos, Viracopos e Brasília. Mesmo assim, conforme apurou o Valor, o maior apetite da Changi e da Odebrecht é pelo Galeão. Outros gigantes internacionais, como a alemã Fraport e a francesa Aéroports de Paris, que já têm parcerias com outros grupos brasileiros, também colocam o aeroporto carioca no topo de suas prioridades. Oferecendo um contrato de concessão com duração maior e um valor inicial de outorga inferior ao do Galeão, que pode aumentar dependendo da disputa no leilão, o governo tentará melhorar o nível de interesse por Confins. O rótulo de «patinho feio» no próximo leilão é rejeitado pelas autoridades do setor.

Sabe-se, no entanto, que pesa a favor da concentração de interesse pelo Galeão o fato de que o aeroporto carioca tem forte potencial para reforçar seu papel de «hub» de voos internacionais e tendência de rápido crescimento da demanda, com eventos como a Olimpíada de 2016 e a exploração do pré-sal. Enquanto isso, Confins tende a concorrer no futuro com Brasília, um aeroporto já estabelecido como «hub» (concentrador) de voos domésticos.

Na semana que vem, a Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP) – empresa criada com a união do BNDES e de oito bancos comerciais – deverá entregar ao governo os estudos definitivos de demanda do Galeão e de Confins. Depois, na semana seguinte, a expectativa é que fiquem prontos os planos diretores dos dois aeroportos. Eles vão detalhar as obras necessárias nos terminais. De acordo com as estimativas preliminares do governo, o Galeão deverá receber R$ 6,6 bilhões em investimentos, ao longo da concessão.

Confins deverá ter R$ 4,8 bilhões. Talvez o aeroporto mineiro, no entanto, exija investimentos mais imediatos na construção da segunda pista de pouso e decolagem e no segundo terminal de passageiros. O Galeão já opera com duas pistasindependentes e a conclusão do segundo terminal de passageiros, pela Infraero, está prevista para dezembro, o que elevará a capacidade do aeroporto para 44 milhões de passageiros por ano.

As estimativas preliminares, apresentadas durante o «road show» do governo para promover as concessões de infraestrutura junto a investidores estrangeiros, apontam que a demanda no Galeão subiria de 17,5 milhões de passageiros em 2012 para 68,9 milhões em 2042. No aeroporto de Confins, aumentaria de 10,4 milhões em 2012 para 47,4 milhões de passageiros em 2042. No ano passado, a estratégia de usar prazos de concessão e valores de outorga diferentes já havia sido usada, na primeira rodada de concessões.

O aeroporto de Guarulhos tinha contrato de 20 anos e outorga mínima de R$ 3,4 bilhões. Em Brasília, o prazo era de 25 anos e o valor inicial da disputa foi fixado em R$ 582 milhões. Em Viracopos, a duração do contrato é de 30 anos e o preço mínimo do leilão foi de R$ 1,5 bilhão.

Por causa da disputa, obteve-se um ágio médio de 347%. Para a segunda rodada de concessões, o governo aumentou a exigência com relação aos operadores de aeroportos. Agora, os consórcios deverão ter a presença de uma operadora estrangeira com experiência em aeroportos com pelo menos 35Â milhões de passageiros por ano. Antes, o requisito era de apenas 5 milhões.

Fuente:Â Valor / SNEA

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