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Empresa proíbe deficientes visuais de embarcar em voo

Três deficientes visuais pretendem processar a empresa aérea Azul, depois de terem sido impedidos de embarcar, no aeroporto Leite Lopes, de Ribeirão Preto, em um voo para Belo Horizonte (MG). "O comandante bloqueou nosso embarque. Foi uma atitude preconceituosa e vamos processar a empresa", afirma Crisolom Terto Vilas Boas, analista de sistemas.

O grupo registrou um boletim de ocorrência pela situação. Desde o momento em que isso ocorreu até serem transportados até um hotel, eles alegam ter esperado cerca de sete horas.

O incidente ocorreu domingo, quando os três esperavam para embarcar. Um quarto deficiente já havia embarcado. "Percebemos que todos passaram e não chamavam a gente. Foi quando uma comissária nos disse que o comandante barrou o embarque", conta.

Segundo ele, a funcionária teria dito que o comandante considerou o embarque de três deficientes visuais perigoso para o voo.

A atendente de loja, Priscila Cândido, foi uma das pessoas barradas. "Foi constrangedor, porque isso nunca aconteceu. Já viajamos para outros países e isso nunca aconteceu", afirma.

Ela também não entende por que tiveram que esperar três horas para serem avisados que não poderiam embarcar no voo.

Nesta terça-feira (21), a sua indignação tornou-se maior quando a empresa colocou cada um dos deficientes visuais em um voo diferente. "Falaram que não podemos viajar juntos, mas não entendemos de onde saiu esta regra, porque nunca ficamos sabendo da existência dela em outras viagen", disse.

Outro lado

A assessoria de imprensa da Azul Linhas Aéreas Brasileiras informa que, por segurança, costuma dobrar o número de comissários a bordo para cada pessoa com deficiência visual. Para a companhia, tal medida é necessária para melhor auxiliá-las em casos de emergência.

Em nota de imprensa, a empresa lamenta os transtornos causados a quem não embarcou e informa que procurou reacomodá-los da melhor forma possível, remarcando seus voos para segunda-feira cada um em um horário diferente, sem quaisquer custos. A Azul ressalta que lamenta o ocorrido, mas reforça que agiu pensando na segurança de voo.

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre o caso.

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