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Jatos para aviação regional são próximo alvo da Embraer na China

Em 12 anos de cooperação industrial com a China, a Embraer comemora a conquista de cerca de 150 jatos voando no país e 90% de participação de mercado no segmento de jatos de 100 assentos.

Só na aviação executiva, a empresa prevê demanda total de 805 jatos executivos pelo mercado chinês na próxima década. A expectativa é que os jatos executivos de grande porte representem 51% em unidades, ou 78% do valor total das entregas.

«A China será responsável por 17% das entregas mundiais de jatos com 70 a 130 assentos nos próximos 20 anos, gerando uma demanda por 1.020 entregas de novos jatos no país até 2033 nesta categoria, na qual a Embraer é hoje líder mundial com mais de 50% de participação. Acreditamos que há espaço tanto para os nossos jatos quanto para os da concorrência», afirma o presidente da Embraer China, Guan Dongyuan, em entrevista ao DCI.

A seguir, a entrevista.

Qual o balanço da parceria entre a Embraer e a China Aviation Industry Corporation II?

Amplamente favorável. Em 2 de dezembro de 2002, a Embraer assinou acordo de cooperação industrial com a Harbin Aircraft Industry Group., Ltd. [HAIG], subsidiária da China Aviation Industry Corporation II [AVIC II], para estabelecer a joint venture Harbin Embraer Aircraft Industry Co, Ltd. [HEAI], com o intuito de produzir o jato comercial ERJ 145, tornando-se a primeira instalação da Embraer no exterior destinada à montagem de jatos regionais. Em 21 de junho de 2012, em resposta à potencial demanda do mercado de aviação executiva em ascensão na China, a Embraer e a AVIC [empresa fundada em 6 de novembro de 2008 por meio da reestruturação e consolidação AVIC I e AVIC II] chegaram a um consenso e decidiram também produzir os jatos executivos Legacy 600/650 na China, utilizando a infraestrutura, os recursos financeiros e a força de trabalho da HEAI. No mesmo dia, a empresa chinesa ICBC Financial Leasing Co., Ltd. fez acordo com a HEAI para 10 jatos Legacy 650 – cinco pedidos firmes e cinco opções -, tornando-se o cliente-lançador do programa Legacy 600/650 da HEAI. A primeira aeronave começou a ser produzida em janeiro de 2013.

Nesses 12 anos de cooperação industrial, quais os principais frutos colhidos até agora?

Em mais de dez anos de operação, a Embraer constituiu uma sólida base de clientes na China, incluindo China Southern Airlines, China Eastern Airlines, Tianjin Airlines, Hebei Airlines e Henan Airlines, assim como alguns clientes da aviação executiva. Atualmente, temos em torno de 150 jatos da Embraer voando no país, detendo cerca de 90% de participação de mercado no segmento de jatos de 100 assentos.

Qual o próximo passo no âmbito da colaboração entre as duas empresas, levando em consideração as perspectivas positivas de crescimento do mercado chinês de aeronaves executivas?

A Embraer sempre avalia as potencialidades dos mercados e a China é um mercado importante. Só na aviação executiva, a Empresa prevê uma demanda total de 805 jatos executivos pelo mercado chinês na próxima década. A expectativa é que os jatos executivos de grande porte representem 51% em unidades, ou 78% do valor total das entregas.

Qual a importância do mercado chinês e da Ásia para a Embraer?

Pelo tamanho do país e do mercado, a China tem grande importância no nosso segmento de negócios. Já temos em torno de 150 jatos da Embraer voando no país, detendo cerca de 90% de participação de mercado no segmento de jatos de 100 assentos. Mas a China vem crescendo muito rápido e há a necessidade de jatos regionais para sustentar a eficiência das operações de alimentação de tráfego nos grandes aeroportos denominadas hub and spoke, que complementem as operações de aviões narrow-body, fornecendo um equilí­brio ideal de frequência e assentos, incentivando o desenvolvimento de novos mercados com menores riscos e capacidade incremental, gerando assim significativa demanda por novas aeronaves desta categoria. A China será responsável por 17% das entregas mundiais de jatos com 70 a 130 assentos nos próximos 20 anos, gerando uma demanda por 1.020 entregas de novos jatos no país até 2033 nesta categoria, na qual a Embraer é hoje líder mundial com mais de 50% de participação. Existe espaço tanto para os nossos jatos quanto para os da concorrência, mas são as companhias aéreas que decidirão qual aeronave adquirir. Queremos participar ainda mais do plano do governo chinês em desenvolver a aviação regional no país, ajudando a melhorar a conectividade dos chineses por meio de aeronaves com alto grau de desempenho, conforto e baixo custo operacional.

A cooperação sino-brasileira começa a se diversificar para outros campos – tecnologia da informação, lançamento de satélites. Em sua opinião, a colaboração entre indústrias de vários segmentos dos dois países deveria ser mais intensa, reduzindo a ênfase atual do Brasil como fornecedor de commodities minerais e agrícolas aos chineses, e da China como importante fornecedor de manufaturados aos brasileiros?

A Embraer, enquanto exportadora de produtos e serviços de alto valor agregado, sempre é favorável à colaboração e às parcerias visando ao desenvolvimento tecnológico e à produção no estado da arte da tecnologia…

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