INDUSTRIA AERONÁUTICA

Sem crédito, Viracopos já tem atraso de quase um ano em obras

Perto de completar um ano de atraso na entrega das obras, que deveriam ter sido concluídas em maio de 2014, um mês antes da Copa do Mundo, a Aeroportos Brasil, concessionária do aeroporto de Viracopos, em Campinas, no interior paulista, ainda depende de um segundo empréstimo de R$ 600 milhões junto ao BNDES para cumprir o que prometeu quando assinou o contrato de concessão, em fevereiro de 2012. A empresa admite que os problemas da sua sócia, a UTC Participações, alvo da operação Lava-Jato, da Polí­cia Federal, têm prejudicado não só a liberação do dinheiro do BNDES, como a obtenção de crédito no mercado. Procurado, o BNDES não comenta o assunto.

O descumprimento do prazo também já rendeu um auto de infração após uma inspeção técnica da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e que pode acabar em multa de até R$ 170 milhões, conforme a previsão máxima para este tipo de irregularidade. A conclusão das obras, agora prevista para setembro, segundo o presidente da concessionária, Luiz Alberto Küster, só irá acontecer se o BNDES liberar o financiamento ainda este mês. Sem os recursos do banco de fomento, fornecedores "” que estão com pagamentos atrasados há meses "” e passageiros terão que continuar esperando.

Inaugurado às pressas para atender ao cronograma de desembarques de algumas seleções que vieram para a Copa (Portugal e Japão, entre elas), em junho do ano passado, o novo terminal permanece inacabado. Exclusivo para operação internacional, os problemas são muitos e, no mínimo, atrapalham a ainda pequena movimentação de usuários que desembarcam ou embarcam em um dos sete voos diários (37 por semana).

Eles têm que desviar de tapumes, atravessar passagens improvisadas, caminhar por corredores escuros e dividir o espaço com operários em plena atividade. Falta também colocar o forro na estrutura de metal do prédio, que está com a fiação e canos do ar-condicionado aparentes, e terminar a área que abrigará os voos nacionais, cujas portas de entrada ainda estão cobertas por tapumes. Até setembro, se tudo correr como espera Küster, os guichês das viagens domésticas deverão migrar do terminal antigo, que também passou por reformas no primeiro ano de concessão, para o novo.

"” Temos orgulho do que fizemos até agora. Falta só um terço das obras "” tenta justificar Küster, um dos mais otimistas no início das obras e que chegou a dizer que o "novo" aeroporto de Campinas seria entregue dois meses antes do prazo previsto…

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