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Brasileiro deve viajar menos, apesar de promoções

A desvalorização do real ante o dólar e os efeitos da crise econômica devem fazer com que o volume de pacotes de viagens para o exterior fechados pelos brasileiros encerre o segundo semestre com uma queda de 20% sobre o mesmo período do ano passado, segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav).

O recuo deve ter a mesma magnitude na alta temporada, no fim do ano, quando as companhias aéreas provavelmente terão dificuldade em elevar os preços de passagens ao mesmo nível visto em 2014, segundo o vice-presidente de Relações Internacionais da associação, Leonel Rossi Junior.

"” A queda no fechamento de pacotes não tem sido maior porque o preço das passagens desabou "” disse à Reuters.

As aéreas têm praticado tarifas promocionais agressivas para estimular o cliente de lazer a viajar, buscando compensar a persistente retração do público corporativo em meio à desaceleração da economia.

Mas elas têm indicado que os incentivos têm limite, em um período de custos em alta por conta do impacto do dólar sobre o querosene de aviação "” a divisa americana subiu 22,64% ante o real desde o fim de junho até a véspera.

PROMOÇÕES TÊM "˜EFEITO COLATERAL"™

Segundo Rossi Junior, as promoções se tornaram um perigo para as companhias aéreas, porque os consumidores ficam na expectativa de preços mais atraentes que o normal na alta temporada, adiando a compra de passagens em vez de antecipá-la.

"” Acredito que as empresas aéreas não possam voltar ao preço anterior (praticado na alta temporada do ano passado) neste ano "” afirmou.

A companhia aérea Azul, por exemplo, informou na semana passada que a passagem de ida e volta para os Estados Unidos estava custando a partir de 400 dólares, podendo cair a 350 com promoções. Isso se compara a cerca de 800 dólares praticamente um ano atrás. O presidente da empresa, Antonoaldo Neves, afirmou na ocasião que a operação internacional mal estava lucrativa, quase um ano após o lançamento dos voos para os EUA, em dezembro de 2014.

As companhia aéreas brasileiras esperam um déficit de caixa em 2015 de 7,3 bilhões de reais, com os custos disparando 24% sobre 2014 e as receitas avançando apenas 3,7%, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear)…

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