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Embraer, ou a privatização mais acertada

A turbulência econômico-financeira que assola a Europa e, bem antes, sacudiu os Estados Unidos da América (EUA) com reflexos na Ásia, não desviou da rota a Empresa Brasileira de Aeronáutica, a popular Embraer. Mesmo com mau tempo, sob nevoeiro intenso ou com algumas compras não transformadas em aquisições firmes, a fabricante de aviões está voando hoje em praticamente todo o mundo, em maior ou menor escala, mas está. Então, não surpreende que a empresa, que nasceu pela mão de oficiais do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) há cerca de 45 anos, tenha anunciado a venda de 40 jatos regionais modelo 175 – de 76 lugares – Ã norte-americana SkyWest, em uma transação que foi considerada pela fabricante brasileira como uma das mais importantes encomendas da história das duas companhias.

A SkyWest, maior grupo aéreo regional do mundo, tem uma opção inicial que lhe permitirá comprar outros 60 jatos do mesmo modelo, o que elevaria os pedidos firmes para 100 unidades e o acordo para até US$ 4,1 bilhões. Cada aparelho 175 tem preço de tabela de US$ 41,7 milhões. O acordo também inclui opções para a compra de outros 100 aviões E-175. Se a encomenda do total de 200 aviões se confirmar, o contrato chegará a cerca de US$ 8,3 bilhões. Para que a companhia dos EUA faça novas encomendas, terá de assinar outros acordos com empresas norte-americanas para as quais presta serviços. A Embraer afirmou que a venda é adicional ao recente contrato assinado por ela com a United Airlines, que envolveu 30 pedidos firmes e 40 opções para o jato 175. A entrega do primeiro jato à SkyWest está prevista para o segundo trimestre de 2014. A empresa vai operar os aviões sob um acordo de compra de capacidade com a United Airlines. O novo pedido eleva para 117 o total de encomendas firmes do modelo 175 recebidas pela Embraer em 2013. Em janeiro, a fabricante anunciara a venda de 47 unidades do jato para a também americana Republic Airways. No fim de abril, veio o anúncio de um contrato firme com a United Airlines para a venda de 30 jatos 175, em um negócio avaliado em US$ 1 bilhão.

Com isso, a Embraer tem praticamente assegurada uma recuperação da divisão de aviões comerciais, após ter reduzido a produção por causa da queda na demanda. Embora não se possa dizer que esse contrato vai influenciar outras aquisições, observa-se um aumento da demanda e espera-se que este ano seja melhor que o anterior, segundo conceituado analista do setor da aviação comercial. O pedido da SkyWest, combinado com a venda para a United Airlines, eleva a carteira de pedidos da Embraer para US$ 16,1 bilhões, o que significa um aumento de 21% na comparação com os US$ 13,3 bilhões registrados no primeiro trimestre deste ano, segundo cálculos do Bank of America Merrill Lynch. O melhor para a indústria brasileira é que a encomenda assegura a liderança da Embraer sobre a rival canadense Bombardier, na corrida por encomendas de grandes empresas aéreas dos EUA. Então, se existe uma privatização que deu mais do que certo no Brasil, essa é a da Embraer. Terceira maior fabricante mundial de aeronaves comerciais, a Embraer firmou neste ano vendas para as americanas Republic Airways, United Airlines e SkyWest, fortalecendo a carteira de pedidos e dando fôlego às suas ações, que estão no maior nível em mais de cinco anos na Bovespa.

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