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Mercadante reforça que Lava-Jato impacta no PIB do País

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, reforçou nesta quarta-feira a posição do governo de que a Operação Lava-Jato, que investiga irregularidades e pagamento de propinas na Petrobras, terá um impacto de redução de pelo menos 1% no PIB neste ano. O ministro, que compareceu à Comissão de Minas e Energia da Câmara para falar sobre a indústria naval, falou sobre as investigações da Polí­cia Federal.

Na semana passada, em reunião com 12 ministros e o vice-presidente Michel Temer, a presidente Dilma Rousseff responsabilizou a Lava-Jato por parte da queda do PIB neste ano.

Citando estudos de três consultorias, o ministro afirmou que não há dúvida de que a Lava-Jato afetará a economia porque as empresas estão tendo dificuldades para manter projetos e, além de não conseguirem financiamento, terão de vender ativos e devem refazer sua composição acionária.

«O combate à corrupção traz benefícios porque há potencial de recuperação de ativos», afirmou Mercadante, observando que há estimativas de a Petrobras reaver R$ 6,2 bilhões do dinheiro desviado. «Mas há um outro lado: o impacto econômico é forte, com o comprometimento de investimentos e desaceleração do setor».

Em sua fala inicial, Mercadante falou por 50 minutos – geralmente o tempo dedicado ao convidado para a exposição inicial é de 20 minutos. Ele fez um histórico da indústria naval no país, falou sobre o mercado de petróleo no mundo e a redução de investimentos pela Petrobras – que, para ele, está no mesmo nível de outras grandes petroleiras no mundo.

O ministro também defendeu a Sete Brasil, que é investigada pela Lava-Jato por suspeita de pagamento de propinas à sua diretoria. Ele adiantou que das 28 sondas de perfuração que seriam contratadas inicialmente, com a reestruturação da empresa esse número deverá cair para 19.

Mercadante admitiu que os preços da contratação das sondas pela Sete Brasil devem estar acima dos praticados no mercado internacional, mas, para ele, isso se deve ao que classificou de «custo de aprendizado». Ele lembrou o caso da Embraer, que, quando foi criada, produzia aviões caros e tecnologicamente menos atraentes que outros fabricados no exterior. Porém, de acordo com o ministro, aquilo serviu para desenvolver a indústria de aviação brasileira e, sobretudo, da própria Embraer.

«As sondas foram contratadas acima dos grandes estaleiros internacionais? Provavelmente. Porque é o preço da aprendizagem. A Embraer, por exemplo, pagava mais, porém a estratégia era chegar aonde chegamos com a Embraer. A Sete Brasil tem futuro, tem perspectiva, algum custo teve, que é a polí­tica de compras, mas no fundamental essa polí­tica é indispensável», disse…

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