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Companhias aéreas estrangeiras terão centro de comando para a Copa, ao lado do Santos Dumont

É em uma pequena sala no quarto andar de um dos prédios do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), localizado ao lado do Aeroporto Santos Dumont, no Rio, que as 49 companhias aéreas estrangeiras que voam para o Brasil montarão seu "bunker" durante a Copa do Mundo. De lá, elas compartilharão decisões com empresas nacionais, administradores de aeroportos e outros órgãos de governo envolvidos no gerenciamento de voos em céus brasileiros, de modo a mitigar eventuais problemas que surjam durante o torneio.

Esse centro de comando das aéreas estrangeiras foi inaugurado há uma semana e deve ficar ativo por cinco meses. Se a experiência der certo, ele poderá ser mantido permanentemente. A iniciativa é fruto de uma parceria do Decea com a Iata, a associação internacional das empresas aéreas, que terá quatro representantes se revezando em um turno diário de 12 horas.

São eles que vão se comunicar com os comandos das companhias estrangeiras em seus países de origem e interagir com as aéreas nacionais, bem como com os militares que gerenciam o tráfego aéreo no Brasil. É a primeira vez que a Iata cria um centro desses fora dos Estados Unidos.

"” Isso era uma demanda antiga do CGNA (Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea, órgão do Decea responsável pelo gerenciamento de voos no país). Mas tínhamos que convergir interesses de 49 empresas… Entendemos que a Copa é o momento ideal para colocar esse projeto em prática, devido ao fluxo atípico de passageiros durante essa temporada "” disse o diretor da Iata no Brasil, Carlos Ebner.

A Copa do Mundo no Brasil vem sendo chamada nos bastidores da Iata de a "Copa da Aviação", devido não somente às dimensões continentais do Brasil, como também ao elevado número de cidades-sede, o que resultará em um intenso fluxo aéreo durante o campeonato. A Iata destacou seu diretor assistente no centro que a associação mantém nos Estados Unidos, William Murphy, para instruir os funcionários da versão brasileira da unidade.

Hoje, o gerenciamento dos quase oito mil voos diários "“ incluindo aviação comercial e aviação geral (jatos executivos) "“ que ocorrem no Brasil é feito pelo CGNA. São cerca de 20 militares que trabalham dia e noite no chamado Salão Operacional, monitorando cada partida e chegada. Eles não falam diretamente com os pilotos, mas trocam informações com os controladores de voo que controlam o tráfego aéreo nas diferentes regiões brasileiras.

Se um aeroporto tem de ser fechado por mau tempo, por exemplo, as ordens para deslocar quais aeronaves e para onde partem do CGNA. Essa decisão não é tomada isoladamente, excluindo as empresas aéreas. Ao lado do Salão Operacional, outras dez pessoas que representam aéreas nacionais e aeroportos também acompanham o vaivém dos aviões.

"” Quando surge um imprevisto, nós conversamos entre nós e buscamos chegar a um consenso sobre as aeronaves que serão priorizadas. É um processo colaborativo. No caso das empresas estrangeiras, essa conversa era feita de forma informal. Muitas vezes elas só têm equipe comercial no Brasil, que não trata da operação dos voos nem trabalha de madrugada. Com os representantes da Iata entre nós, vamos…

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