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Por que viajar de avião hoje pode ser mais barato do que uma década atrás

Um estudo publicado pela Global Flight Pricing com base nos planos de voos da Rome2Rio mostra que o custo médio dos voos por quilômetro no mundo aumentaram para US$ 18,8 (R$ 75,3) neste ano em relação a 2016, ano da última pesquisa, quando o trecho custava US$ 17,75 (R$ 71,1).

Porém, os preços baixos de combustíveis para aviões e o veloz crescimento da indústria aérea fazem com que os valores cobrados por voos hoje sejam mais baratos — ou ao menos não tão mais caros — do que uma década atrás.

Relatórios da International International Air Transport Association (IATA) e de sites especializados que monitoram a evolução dos preços engrossam esse argumento.

O barateamento pode ser visto mesmo em períodos menores: uma viagem de Nova York para Londres custava US$ 3.160 em 2015, mas caiu para US$ 2.006 no ano seguinte. De acordo com as medições, a variação de valores nas passagens aéreas em todo o mundo entre 2006 e 2016 caíram 9,4%, algo inédito em dez anos.

O fenômeno poderia ainda mais amplo, segundo uma reportagem do jornal britânico The Guardian, que diz que a diferença de taxas cobradas entre 1996 e 2017 é de US$ 353 (R$ 1.418) a menos, considerando as taxas de inflação. A IATA ainda destacou que, em duas décadas, nunca tantas cidades do planeta foram conectadas por linhas aéreas por custos tão baratos.

De acordo com a entidade estadunidense, a queda nos preços atual fará com que a quantidade de viagens de avião pelo planeta até o fim de 2018 seja 7,2% superior ao ano passado. «Os preços médios das passagens continuam baixando em todo o mundo, apesar de aumentos sazonais», assinala Gustavo Mariotto, diretor da agência de viagens Viajanet.

Outro fator ajuda a explicar a queda nos preços: a expansão dos serviços de companhias low cost, que passaram a disputar mercados com companhias maiores, obrigando-as a baixar os preços praticados. Nos EUA, por exemplo, a American Airlines e a Delta hoje brigam com companhias como a islandesa WOW e a norueguesa Norwegian por voos entre a Europa e a América do Norte.

Isso demonstra, segundo Mariotto, que uma grande parcela dos consumidores de passagens aéreas se preocupa mais com o preço da passagem do que com os eventuais benefícios em pagar preços mais altos, como espaço para as pernas e serviço Wi-Fi durante o voo. Ainda assim, a IATA afirma que as companhias aéreas aumentaram seus lucros em até 8% com o barateamento dos combustíveis para aeronaves.

O fenômeno também pode ser visto no Brasil: segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o número de passageiros transportados em território brasileiro aumentou cerca de 37% entre 2010 e 2015. Se naquele primeiro ano foram registrados aproximadamente 70 milhões de passageiros, o número foi para 96 milhões há dois anos…

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