AEROLÍNEAS

“O Brasil está voltando para o mapa”, afirma CEO da Aviareps

Uma companhia “realmente” global. É assim que o CEO da Aviareps, Edgar Lacker, define a companhia, algo facilmente perceptível pelos atuais 66 escritórios distribuídos por 48 países. Os números já incluem as novas operações na América Latina, como Peru, Panamá e, mais recentemente, Equador.

A expansão mostra o foco da empresa na América Latina, que passou a contar com Marcelo Kaiser como vice-presidente regional, cargo anteriormente ocupado por profissionais baseados na Alemanha, sede da Aviareps.

Esta transferência de comando reflete a sinergia entre os escritórios da América Latina e, de acordo com Lacker, é apenas o começo de um trabalho. Trabalho, que para o executivo tem como um de seus pilares o Brasil, país que ele vê “voltando para o mapa” após o auge da instabilidade econômica.

Ocupando o cargo de CEO desde 2016, Edgar Lacker está na Aviareps há 20 anos, o que o credencia para falar amplamente sobre as tendências da indústria. Em visita ao Brasil, ele, juntamente com Marcelo Kaiser, recebeu o M&E nos escritórios da Aviareps, em São Paulo, para falar sobre o momento da companhia e sua visão sobre mercado.

MERCADO & EVENTOS – Nestes quase 24 anos de atuação, a Aviareps se tornou uma gigante do mercado, com atuações em todos os setores do turismo. Quais são os próximos desafios?

Edgar Lacker – Estamos trabalhando em incrementar o nosso portfólio global. Nós começamos há alguns anos na América Latina e nosso trabalho está apenas no início, é o que acredito. Queremos aumentar nossa representação no Brasil e nesses outros mercados. Estamos cobrindo 90% do mercado outbound do mundo com os nossos 66 escritórios, mas queremos diversificar nosso portfólio incluindo bens de consumo como “wine and food”, que tem uma sinergia com o que fazemos atualmente.

“O Brasil está voltando para o mapa”

M&E – A Aviareps passou representar diversas marcas nos últimos anos aqui no Brasil. Isto significa que o mercado voltou investir no país?

Edgar Lacker – O Brasil está voltando para o mapa e os destinos querem atrair turistas brasileiros. Nos últimos anos algumas marcas tiveram um pouco de receio de investir em promoção no país, mas recentemente muitas estão retornando, porque se trata de uma grande economia com 200 milhões de habitantes e muitos deles querem viajar. Eu penso que estamos em um novo começo.

M&E – O Brasil teve um incremento de voos no último ano, principalmente na região Nordeste. Qual a importância destas novas rotas?

Edgar Lacker – A maioria dos novos voos são para os Estados Unidos e isso é muito bom para as nossas marcas aqui no Brasil, como Brand USA e o Visit Florida. Nós podemos perceber um grande crescimento, principalmente da região Nordeste. Fortaleza e Recife apresentaram muito mais demanda.

M&E – Nos últimos anos o mercado chinês se tornou um dos principais emissores de turistas no mundo. Isso explica a grande atuação de vocês neste mercado?

Edgar Lacker – A China é nosso maior mercado, com oito escritórios. É um dos maiores e mais fortes emissores de turistas. Todos os nossos destinos querem atrair turistas chinês, pois são os que mais gastam então muitos querem formatar seus produtos para atrair este público chinês.

M&E – Os padrões de consumo mudaram e as OTAs passaram a ganhar mais espaço no mercado, principalmente de aviação e hotelaria. Neste contexto, como fica a atuação do agente de viagem?

Edgar Lacker – Temos muitas OTAs e o consumo pela internet é grande. Mas o turista que compra pela OTA somente chega ao destino, passa algumas noites e volta. Isso mostra a grande importância dos agentes para os destinos. Quanto mais o turista sabe, se interessa por locais exóticos e procura diferentes itinerários, permanece mais no destino. Para isso ele vai depender da organização e da consultoria de um profissional.

M&E – Nós últimos anos aconteceram muitas fusões entre companhias, como Air France e KLM, Lan e Tam e American e US Airways. Essa criação de grandes grupos regionais é a tendência da aviação global?

Edgar Lacker – É algo que está se consolidando na indústria e acho que é uma tendência. Mais e mais as grandes companhias aéreas estão incorporando as pequenas. Mas por outro lado você também vê as pequenas ganhando espaço em alguns nichos no mercado, isso por causa do baixo preço do combustível no mercado internacional nestes últimos três anos, que tornou possível a estas companhias obter lucros, devido ao baixo custo de operação…

Compartir noticia:
ANUNCIOS
SÍGUENOS
Biblioteca Virtual