AEROLÍNEAS

Jerome Cadier: «Preço do bilhete no Brasil não é caro… os custos das empresas é que são altos»

A abertura do capital estrangeiro nas companhias aéreas norteou boa parte de um dos painéis mais aguardados em todas as edições do Fórum PANROTAS: o que reúne as principais lideranças da aviação comercial brasileira. Durante a sua participação no debate deste ano, o presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier, disse que não considera alta a tarifa do bilhete aéreo no Brasil. “O preço caiu muito nos últimos 15 anos. Nosso preço é barato se comparado ao resto do mundo, os custos das empresas é que são altos”.

Segundo ele, a abertura do capital por si só não é algo que vai fazer com que novas aéreas operam no País, como especula alguns especialistas do setor. “O capital estrangeiro não é suficiente para aumentar a concorrência. Se fizermos um balanço da tarifa média e dos custos que são cobrados para operar no Brasil, veremos que no fim o resultado não é tão positivo assim. Podemos ter novas companhias? Sim, podemos. Nos resta saber se elas serão sustentáveis”, disse.

Também presente no debate, o presidente da Azul, John Rodgerson, não entrou na questão do preço da tarifa, apenas se limitou aos custos de operação de uma empresa no País. “O que deve ser combatido são os preços altíssimos que pagamos em taxas aeroportuárias, processos trabalhistas, combustível e em muitas outras coisas”, afirmou o executivo.

CONCESSÕES E INTERNACIONAL
Rodgerson elogiou a iniciativa do governo em entregar os aeroportos brasileiros à iniciativa privada, mas ponderou que o dinheiro obtido com os leilões deve ser revertido em investimentos na infraestrutura. Segundo ele, esse investimento, se houver, reduziria a quantidade de voos cancelados no Sul do País por questões meteorológicas, por exemplo.

“Eu quero que esse dinheiro seja para melhorar a nossa infraestrutura. Eu quero não precisar ter que mudar toda a malha aérea durante o inverno. A concessão é legal, mas é menos importante do que os investimentos que precisam acontecer nas áreas técnicas e operacionais dos terminais”, comentou.
Questionado sobre a isenção de vistos para quatro países, incluindo os EUA, anunciada nesta semana pelo presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Azul mostrou otimismo. “Obviamente que voar para o Exterior com dólar a 3,80 é muito mais difícil do que viajar com ele a 3. A capacidade foi ajustada e, mesmo com alguns empecilhos, acredito na volta do crescimento.

Bem mais cético do que o executivo da Azul, Cadier vê o mercado internacional mais desaquecido do que anteriormente. A própria Latam, que começaria a voar para Munique neste ano, já anunciou a suspensão do lançamento por tempo indeterminado. “Eu estou mais motivado com o mercado doméstico, que está muito mais aquecido do que o mesmo período no ano passado. A aviação tem disso, são ciclos que vão e voltam. Espero chegar no final do ano com uma visão mais positiva em relação ao internacional”, concluiu…

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