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Obras previstas para aeroportos do Interior não saíram do papel

Lançado há um ano e meio pela presidente Dilma Rousseff, o plano de aviação regional continua em planilhas e estudos técnicos. Com previsão de aplicar R$ 7,3 bilhões na modernização de 270 aeroportos, o programa segue sem previsão de início de obras, que só devem decolar em 2015. No Rio Grande do Sul, sexto Estado em número de terminais beneficiados e 11º em previsão de investimento (R$ 310,8 milhões), dos 15 aeroportos do plano, oito estão no estudo de viabilidade, a primeira das quatro etapas até as licitações. Outros sete estão na segunda fase, a de estudos preliminares, que já aponta futuras reformas e a necessidade de equipamentos.

A realidade nacional tem o mesmo ritmo. Dos 270 sítios escolhidos, 182 tiveram os estudos de viabilidade analisados e apenas três estão com estudo preliminar concluído. O local mais próximo de ver as obras começarem é Barreiras (BA), mas a licitação depende de autorização do Tribunal de Contas da União (TCU).

A demora provoca críticas de especialistas, que consideram a iniciativa acima da capacidade de execução do governo. Professor de transporte aéreo da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Jorge Leal Medeiros projeta que parte das reformas ficará no papel:

"” O plano é muito grande e contempla locais com economia modesta. Poderia atender 130 a 160 terminais, o que já seria difícil de executar.

Responsável pela ação que tenta popularizar os voos regionais, a Secretaria de Aviação Civil (SAC) credita as dificuldades ao ineditismo da medida. Ministro-chefe da SAC, Moreira Franco espera lançar os primeiros editais nos próximos meses.

Bilhetes subsidiados para ter passageiro

Além de vencer as etapas burocráticas, o governo precisa sanar interrogações das companhias áreas, como a concessão da gestão dos aeroportos à iniciativa privada, modelo ainda em fase de consulta. As isenções de tarifas e subsídios para passagens, estimados em R$ 1 bilhão ao ano, dependem do envio da proposta para discussão ao Congresso, já paralisado pelo ano eleitoral. Dilma confia que será possível vender bilhetes aéreos a preços similares aos de ônibus.

"” Vamos subsidiar 50% dos assentos ou até 60 assentos por aeronave para aproximar o preço da passagem de avião à de ônibus "” anunciou a presidente em maio.

Para Medeiros, além de preços atraentes, o sucesso de voos regionais depende da economia das cidades e da distância dos trajetos. Esses fatores dificultam a pretensão de Dilma de construir terminais com…

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