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Passagem aérea é bem mais cara para quem viaja de última hora

Grande procura no período de férias, redução da oferta de assentos e alta do dólar, que afeta o custo de operação das companhias aéreas, têm sacrificado o bolso de quem precisa viajar de avião de última hora. Em junho, as passagens subiram 9,65% em Porto Alegre e 12,66% na média das capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Para especialistas, no entanto, não é correto afirmar que as tarifas ficaram mais caras, mas sim que deixaram de ser tão baratas.

"“ Nós nos acostumamos a pagar muito pouco pelas passagens. É algo que estava ficando inviável para as empresas "“ afirma João Augusto Machado, vice-presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav) no Estado.

Para Élis Rodrigues Filho, gerente comercial da SkyTeam, empresa que faz intermediação entre companhias aéreas de agências de viagem, as promoções vão prosseguir, mas terão outro padrão de preços. Uma ida e volta entre Porto Alegre e São Paulo, por exemplo, que era vendida por R$ 350 durante o ano, deve passar para um intervalo de R$ 450 a R$ 500, estima o executivo.

"“ Houve um momento em que as passagens aéreas no Brasil estavam muito baratas "“ explica Rodrigues, sintonizado com Machado.

Quem pesquisasse ontem o site das duas principais companhias aéreas brasileiras e precisasse viajar e retornar hoje de São Paulo "“ algo comum para executivos "“ encontraria preços salgados. A tarifa mais barata sairia por R$ 1.562,94 e, a mais cara, por R$ 3.048,94. Se fosse planejar a viagem para daqui a 30 dias, no entanto, a fatura seria um terço do preço de hoje.

Machado lembra que, além da antecedência na compra da passagem, a escolha de dias e horários influencia. Para economizar, a dica é evitar voos no início da manhã, de 7h a 9h, e no início da noite, das 18h às 20h, quando os assentos são mais concorridos. Segundas e sextas costumam ter tarifas mais elevadas. Mas dependendo do destino, a estratégia pode mudar. Rodrigues ressalta que, se o compromisso for em Brasília, os dias de semana com maior demanda são terças e quintas-feiras.

Alta do dólar pressiona custos das companhias

Outro fator que pressiona as tarifas é o dólar. No final de junho, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas já avisava que, caso a alta do câmbio persistisse, o repasse para as passagens seria inevitável. Cerca de dois terços dos custos das companhias aéreas brasileiras "“ como o combustível e o leasing de aeronaves "“ são atrelados à moeda americana.

Ao mesmo tempo, com o corte de voos menos rentáveis, as empresas enxugaram a disponibilidade de assentos. O indicador da Agência Nacional de Aviação Civil que avalia a oferta mostra retração de 6,36% de janeiro a maio em relação ao mesmo período do ano passado. E os cortes não devem parar. A Gol já anunciou que, a partir de agosto, vai reduzir em 9% o número de linhas domésticas.

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