AEROLÍNEAS

Air Europa aposta na reabertura das fronteiras nas próximas semanas com testagem por antígenos

A Air Europa retomou a rota de Madri para São Paulo desde 15 de julho. Deve voltar a voar para Salvador em dezembro de 2020, bem como para Fortaleza e Recife em março de 2021. A empresa acredita na reabertura das fronteiras da Europa nas próximas semanas, com substituição das restrições atuais por testes rápidos com antígenos. Com flexibilidade nas tarifas e aviões novos, espera atrair os viajantes de volta aos ares. É o que nos garantiu Gonzalo Romero, Gerente Geral da Air Europa no Brasil, numa entrevista exclusiva que você confere a seguir.

Melhores Destinos – Qual a atual situação dos voos da Air Europa no Brasil e no mundo? Já é possível prever quando tempo vai levar a recuperação da demanda?

Gonzalo Romero (Diretor da Air Europa) – Voltamos com a rota São Paulo – Madri com duas frequências semanais, que passam para três a partir de 22 dezembro, às terças, quintas e sábados. A novidade agora é a retomada da volta Salvador – Madri com duas frequências semanais, às quartas e sextas. Temos planos de retornar voos para Fortaleza e Recife a partir de março de 2021.

A demanda está retornando lentamente, mas a situação está melhorando. O Brasil é importante para a empresa, pois tem um enorme tráfego aéreo e que está se recuperando rapidamente no mercado doméstico. Mas uma mudança relevante no panorama de voos internacionais depende da reabertura das fronteiras na Europa.

MD – Você acha viável que a União Europeia permita o ingresso de estrangeiros mediante o uso de testes PCR nesse cenário?

Gonzalo – Eu acredito que em breve teremos boas novidades. A União Europeia está discutindo um método para viabilizar a reabertura das fronteiras com testes de antígenos, que são mais rápidos (o resultado sai em 15 minutos) e mais eficientes que o PCR para a Covid-19. Se houver a recomendação e a adesão dos países do bloco, se viabilizaria uma reabertura mais rápida dos países para viajantes de fora do bloco. Eu acredito que nas próximas semanas ou meses vamos ter notícias positivas e os países vão conseguir convergir para uma padronização mínima de procedimentos.

MD – Houve um sinal verde para a compra da Air Europa pela Ibéria? Já foi definido o vai acontecer com a marca Air Europa?

Gonzalo – A Air Europa segue com seu plano de gestão. Conseguimos recentemente um aporte de € 475 milhões (cerca de R$ 3 bilhões) do governo espanhol e temos plenas condições de seguir operando com tranquilidade. Sobre o negociação com o grupo IAG (controlador da British e da Ibéria), anterior à pandemia, não temos muitas informações no momento. O que posso é garantir tranquilidade para todos os passageiros e funcionários de que seguiremos nossos planos, independentemente de uma aquisição.

MD – Vamos supor que um cliente brasileiro queira comprar uma passagem agora para viajar para a Europa nos próximos meses, mas tem receio das restrições permanecerem até lá. A Air Europa está oferecendo alguma flexibilidade nos bilhetes? Qual a atual política?

Gonzalo – Estamos oferecendo vários tipos de flexibilidade. O passageiro que já tem um bilhete não voado pode trocar a data do voo sem penalidade ou optar por um crédito com validade de 24 meses. Também estamos oferecendo o reembolso do bilhete para quem não deseja reprogramar a viagem.

Para quem comprou passagem durante a pandemia ou deseja comprar, estamos oferecendo flexibilidade de mudança sem penalidade em todas as tarifas, com pagamento de eventual diferença de tarifa. Além disso, criamos recentemente uma nova estrutura tarifária chamada FLEX, que facilita o reembolso e permite remarcações ilimitadas de datas. As demais tarifas permitem uma mudança sem penalidade. Estamos fazendo isso para estimular demanda e atrair os passageiros, parcelando também as passagens em até 10 vezes sem juros, com preços competitivos.

MD – Quais os protocolos de segurança adotados pela empresa durante a pandemia?

Gonzalo – Adotamos medidas de segurança e proteção contra o coronavírus, como uso obrigatório de máscara durante os voos, mudanças no serviço de bordo e incentivo ao check-in online. Nossas aeronaves também contam com procedimentos diferenciados de limpeza e os modernos filtros HEPA, que renovam completamente o ar do avião a cada 3 minutos e filtram 99,9% das partículas, eliminando vírus e bactérias, incluindo o coronavírus. Todas as medidas, além de recomendações para as viagens estão disponíveis em nosso site.

MD – Antes da pandemia a companhia avaliava novos voos para Belo Horizonte e para o Chile. Ainda existem planos para novos destinos na América do Sul?

Gonzalo – Hoje o nosso principal desafio é voltar com os nossos 23 destinos fora da Europa até março de 2021. Esse é o nosso plano! Antes da pandemia, a Air Europa estava crescendo muito aqui na região. Naturalmente, tivemos que rever todos os planos. Por isso, não há previsão para nada novo neste momento.

MD – A empresa fez alguma mudança no plano de frota por conta da pandemia?

Gonzalo – A pandemia nos obrigou a tomar decisões rápidas e repensar nosso modelo de negócio. Aceleramos o plano de voar com uma frota nova e unificada, com 16 Boeing 787 Dreamliner série 900, mais 8 série 800. O que posso garantir é que desde 1° de novembro a Air Europa está voando com uma frota padronizada de Dreamliners em todas as rotas internacionais. Devolvemos e aposentamos alguns aviões. Sobraram apenas 3 dos antigos Airbus A330, mas que também deixaram de voar, já que são menos eficientes que o Boeing 787. O mais provável é que, vencidos seus contratos, eles também sejam devolvidos.

MD – Então, nos voos para o Brasil, teremos só aeronaves novas a partir de agora?

Gonzalo – Isso mesmo! Em São Paulo, desde março, já estávamos voando com os novos Boeing 787-900 Dreamliner, com cabine diferenciada, mais confortável e moderna, com classe executiva com poltronas-cama no formato 1-2-1. A partir de dezembro também teremos o Dreamliner voando na rota para a Bahia…

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