A alta do dólar está fazendo a GOL Linhas Aéreas Inteligentes SA queimar as economias obtidas com cortes de voos e de funcionários. A variação cambial já anulou praticamente a alta das ações da aérea no último ano.
A queda do real, de 7 por cento no mês passado, o pior desempenho entre as 16 moedas mais negociadas do mundo contra o dólar, fez crescer a dÃvida da GOL em moeda estrangeira e as despesas com combustível.
A queda livre de 39 por cento das ações da GOL desde o começo de abril é superior à de qualquer outra das 31 empresas aéreas do índice Bloomberg World Airline.
A queda do real e a economia fraca estão atrapalhando a meta do presidente da GOL, Paulo Kakinoff, desmontando a estratégia que herdou de fazer a empresa voltar ao lucro a qualquer preço.
A companhia informou prejuízo em sete dos oito últimos trimestres, e analistas consultados pela Bloomberg projetam um terceiro prejuízo anual consecutivo, em 2013.
"A GOL tem reduzido capacidade no mercado doméstico e tem tomado difíceis decisões de corte de custo", disse Duane Pfennigwerth, analista da Evercore Partners Inc., em Nova York, por e-mail. "No entanto, a empresa precisa de um cenário mais favorável. Especificamente, um real mais fraco aumenta suas despesas e suas dÃvidas em dólar. A gestão atual herdou esse descasamento de passivos atrelados ao dólar."