Os preços das passagens aéreas não deverão oscilar muito no próximo ano, disse nesta quarta-feira (18), durante audiência na Câmara dos Deputados, o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys. Segundo ele, ainda é cedo para falar de escalada de preços das passagens aéreas durante a Copa do Mundo. Também participaram da audiência pública representantes de companhias aéreas.
«Já tivemos aumento este ano e, daqui para a frente, não esperamos novos aumentos, a não ser que tenhamos aumento de combustível ou piora na taxa de câmbio», ressaltou Guaranys. Segundo ele, de 2002 a 2012, houve redução de 56% nos valores relativos a quilí´metro voado e, consequentemente, queda no preço das passagens. Do ano passado até agora, porém, os dados apontam aumento de 4,16% nos preços cobrados pelas empresas. E esse impacto é reflexo da elevação do custo do querosene de aviação, acrescentou.
«Nos últimos dez anos, tivemos redução de mais de 30% do preço médio de tarifa cobrado no país inteiro, mas, no último ano, observamos um ligeiro aumento dos preços, causado principalmente pelo aumento do custo do combustível e pela taxa de câmbio», disse Guaranys.
Ele informou que serão criadas novas rotas para atender à demanda "“ a Anac deve decidir até o final de janeiro de 2014 sobre a liberação de novos voos ente as cidades-sede da Copa: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Recife e Salvador.
«Agora que dispõem das informações do sorteio, do fechamento das chaves (da Copa do Mundo), as empresas aéreas têm até sexta-feira (20) para pedir os voos entre as cidades-sedes, e nós temos até 15 de janeiro para aprovar os pedidos», disse Guaranys.
De acordo com ele, no caso de prática abusiva de preços, não cabe à Anac a punição das empresas. «A Anac não é competente para determinar o que é preço abusivo, o que é conduta predatória. O que podemos fazer é notificar o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)», explicou.
Os deputados questionaram o valor cobrado pelos bilhetes aéreos, que, em alguns casos, pode chegar a quase R$ 10 mil. O presidente da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, explicou que, além do câmbio, tributos como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) contribuem para o aumento dos preços.
«Um avião que sai de São Paulo para Fortaleza paga 28% de ICMS, enquanto um voo que vai para Buenos Aires, na Argentina, não tem esse custo. Não vamos mudar os preços enquanto não enfrentarmos o debate sobre o modelo de…