Apesar do cenário positivo, a aviação brasileira enfrenta desafios significativos para uma retomada efetiva, como a recuperação da economia (e dos viajantes corporativos), as questões relacionadas aos protocolos de biossegurança, o quesito de custo e infraestrutura e a necessidade de alianças entre as empresas e entidades do setor. Os cenários da indústria em 2021 foram abordados nesta quarta-feira (4) em um dos painéis do Expo Forum Visit SP, organizado pelo SPCVB (São Paulo Convention & Visitors Bureau) em parceria com a Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo e a Abear.
De acordo com o diretor da Iata no Brasil, Dany Oliveira, abril foi o pior mês da aviação nos últimos 75 anos. No entanto, alguns mercados, principalmente os emergentes, têm demonstrado crescimento consecutivo acima de 40%. Em setembro, o mercado doméstico cresceu sete vezes em comparação ao mês de abril, enquanto o internacional cresceu três vezes. Parte desse crescimento se deve à agilidade na abertura das fronteiras e ao fim das restrições de viagens, que também contribuíram para incentivar os países da América Latina a retomarem os voos, como Argentina, Peru e Colômbia.
“A liderança do Brasil em abrir as fronteiras fez com que outros países pudessem criar mecanismos para que as fronteiras fossem reabertas. O mercado internacional ainda está em uma retomada lenta, mas a Iata tem trabalhado para que as barreiras sejam removidas. Comparado aos nossos vizinhos, por exemplo, o Brasil está em um patamar de aviação muito avançado. Hoje, a Iata tem total confiança de que, em 2021, os níveis observados em 2019 já serão atingidos no mercado brasileiro”, disse Oliveira.
A retomada acelerada da aviação brasileira já tem se mostrado efetiva em diversos aeroportos, como o aeroporto de Congonhas. Em outubro, o terminal registrou 30% do movimento pré-pandemia e a expectativa é de que, em agosto de 2021, alcance 100% do movimento de 2019, o que representa cerca de 18 milhões de passageiros.
“Temos visto com bastante otimismo o cenário para 2021. Estamos inclusive preparando o aeroporto para isso por meio de investimentos e reuniões com a Anvisa para mostrar ao passageiro que é seguro voar. Temos atuado em conjunto com o setor e acompanhado o trabalho das aéreas para que seja um complemento do nosso”, destacou o superintendente do aeroporto de Congonhas, João Marcio Jordão, durante o painel mediado pelo presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz.
INVESTIMENTOS PARA 2021
Visando acelerar a retomada, o aeroporto de Congonhas tem investido em modernizações da infraestrutura e segurança, como a ampliação da sala de embarque, a instalação de catracas para facilitar o embarque, a revitalização da fachada e a instalação de uma barreira de concreto no final da pista de pouso – prevista para ser iniciada em 8 de dezembro deste ano.
“Estamos ampliando e modernizando a infraestrutura já pensando na retomada em 2021. São diversas obras que visam trazer agilidade no embarque e desembarque do passageiro, além de buscar atender uma demanda reprimida que existe em São Paulo. Há ainda uma previsão futura de construir uma pista central de maior comprimento do que a atual. Congonhas é um aeroporto que tem um futuro muito promissor”, ressaltou Jordão.
Além do aeroporto na capital, a Infraero tem investido em obras de ampliação no Aeroporto Civil Metropolitano do Guarujá, no litoral paulista, cuja gestão foi assumida em maio deste ano. A expectativa é que, até dezembro, o terminal receba jatos executivos e, em aproximadamente um ano, voos comerciais da Boeing e da Airbus…