BRASIL EM PORTUGUES

‘Aviação comercial não é um item de luxo’, diz Iata

Ao completar 100 anos, a aviação comercial ainda tem uma atuação tímida na economia do Brasil. O setor, que no ano passado transportou cerca de 105 milhões de passageiros, deve ter um faturamento que representará algo em torno de 1% do PIB. Segundo Tony Tyler, CEO da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata, na sigla em inglês), a aviação no País ainda é vista como um «item de luxo». O que emperra o aumento da relevância da atividade são os altos custos operacionais impostos às companhias aéreas. «Há um enorme potencial inexplorado no Brasil. Mas para alcançar esse potencial, o governo deve ver a aviação como um facilitador do crescimento econômico e a criação de emprego, não é um item de luxo para ser tributado como um pecado», diz Tyler.

Segundo ele, o País é um dos lugares mais caros para a operação aérea. Um dos itens sensíveis aos caixas das companhias aéreas é o custo com combustível. Normalmente, conforme Tyler, essa despesa representa cerca de um terço dos custos operacionais de uma companhia aérea. No Brasil chega a 43%. «E há empresas que operam no mercado brasileiro, o custo com combustível chegou a 50%. A fórmula de paridade de importação que o governo adota custa companhias aéreas mais de US $ 400 milhões a cada ano. E isso é um imposto sobre a competitividade global do Brasil», afirma o dirigente. As duas maiores companhias no País, a Tam Linhas Aéreas e a Gol, vem, nos últimos anos acumulando prejuízos na operação. De janeiro a setembro, o Grupo Latam (dono da Tam) viu suas receitas caírem 3,8% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a US$ 3,34 bilhões. Já a Gol, no mesmo período apresentou receitas de R$ 6,22 bilhões com prejuízo de R$ 705,3 milhões.

Um infraestrutura eficiente também é vital para um transporte aéreo eficaz tanto para o passageiro quanto para os operadores. «Infelizmente, os anos de sub-investimento resultou em uma situação em que os aeroportos não conseguem acomodar a demanda existente hoje no País. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupa o 131º lugar em uma lista de 140 países na qualidade de sua infra-estrutura de transporte aéreo. O governo está ciente dessa carência e criou um ambicioso programa de concessões privadas para ajudar a resolver a situação. Acreditamos que esse é o caminho.»

Sobre a Copa do Mundo, Tyler se diz esperançoso e acredita que essa será a «Copa da Aviação». Segundo ele, o número grande de sedes e as dimensões continentais do País, vão dar condições para o setor mostrar que pode ser considerado um transporte de massa e não de luxo. Pelos dados da Iata, as 12 cidades-sede representam 75% do tráfego do…

Compartir noticia:
ANUNCIOS
SÍGUENOS
Biblioteca Virtual