A aviação global terá de investir US$ 4,7 trilhões até 2050 para cumprir a meta de emissões líquidas zero, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). O montante equivale a mais de duas vezes o PIB brasileiro e terá como principal vetor o combustível sustentável de aviação (SAF).
Nos próximos 25 anos, será necessário aplicar em média US$ 174 bilhões por ano, com uma trajetória de gastos em forte crescimento: de US$ 1 bilhão em 2025 para US$ 744 bilhões em 2050, totalizando cerca de US$ 4,7 trilhões.
Quatro pilares da transição
O cálculo considera quatro eixos principais para descarbonização:
Combustível sustentável de aviação (SAF)
Aeronaves movidas a hidrogênio
Medidas de mercado (como o Corsia)
Iniciativas externas ao setor
O SAF representa 81% do total estimado, consolidando-se como o principal elemento da transição.
Gargalos e investimentos
Segundo a IATA, a produção de SAF ainda é limitada. A oferta deve dobrar em 2025, mas representará apenas 0,7% do combustível total usado na aviação. Para atender à demanda, será necessário construir entre 3.400 e 6.700 novas plantas de energia renovável até 2050, a com custo estimado, atualmente, entre US$ 4 trilhões e US$ 8 trilhões.
“Estamos falando de uma transição energética global, e o SAF será apenas um dos produtos resultantes”, disse Bojun Wang, gerente de modelagem da transição para net-zero da IATA. “As companhias aéreas pedem apenas uma participação justa. Em 2023, o querosene representou 8% da produção total de combustíveis fósseis”…