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Brasil adota novo padrão internacional para reforçar segurança e eficiência do espaço aéreo no Atlântico

Brasil está prestes a dar um salto tecnológico no gerenciamento do tráfego aéreo sobre o Oceano Atlântico. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) está conduzindo a implementação no Brasil do sistema PBCS (Performance-Based Communication and Surveillance), ou Comunicação e Vigilância Baseadas em Performance. Na prática, o novo padrão permitirá que as aeronaves que cruzam o Oceano Atlântico voem mais próximas umas das outras com total segurança, aumentando a capacidade do espaço aéreo e possibilitando rotas mais diretas entre a América do Sul, a Europa e a África.

O PBCS é uma iniciativa da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), que define padrões de desempenho para comunicação entre pilotos e controladores e para o rastreamento das aeronaves em áreas oceânicas. Hoje, a ausência de radares e rádios convencionais no meio do Atlântico obriga a manutenção de grandes distâncias entre os aviões. Com a aplicação desse novo sistema, será possível reduzir essas separações de forma segura, abrindo espaço para que mais voos usem as rotas transatlânticas.

O Brasil é responsável por controlar uma das maiores áreas de espaço aéreo oceânico do mundo: a FIR Atlântico, por onde passam rotas cruciais que ligam a América do Sul à Europa e à África. Até agora, a necessidade de manter separações maiores entre aeronaves limita o uso desse espaço aéreo, mesmo com o crescimento da demanda internacional. Com o PBCS, o país se alinha às melhores práticas internacionais, responde ao aumento do tráfego e se posiciona como protagonista na modernização da aviação global.

Como o sistema funciona
Para que o PBCS seja aplicado com segurança, todos os elementos envolvidos – aeronaves, centros de controle e provedores de comunicação – precisam atender a dois padrões internacionais de desempenho:
– o RCP (Performance de Comunicação Requerida), que define a rapidez e a confiabilidade na troca de mensagens entre piloto e controlador;
– e o RSP (Performance de Vigilância Requerida), que estabelece a velocidade e a precisão com que a posição da aeronave deve ser informada ao controlador.

Esses parâmetros exigem que as mensagens sejam transmitidas em poucos minutos, com altos níveis de confiabilidade e disponibilidade. Na prática, a comunicação digital entre piloto e controlador deve ser entregue em menos de quatro minutos em praticamente todos os casos, enquanto os dados de posição da aeronave precisam chegar ao centro de controle em menos de três minutos, também com confiabilidade superior a 99%. Esse nível de exigência garante previsibilidade e reduz riscos operacionais.

O sistema permite também que piloto e controlador troquem mensagens de texto em tempo real, diminuindo a dependência da comunicação por voz, que pode ser mais sujeita a falhas ou congestionamento.

Um outro sistema também utilizado é o ADS-C, que envia automaticamente, em intervalos regulares, a posição e a rota prevista do avião diretamente para o controlador, garantindo que a aeronave seja monitorada mesmo em áreas sem radar, como o oceano…

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