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Companhias aéreas devem ter maior lucro desde 1960, mas Brasil vai na contramão

As companhias aéreas deverão registrar neste ano o maior lucro desde os anos 60, resultado impulsionado pela queda esperada de 35% no preço do petróleo, taxas recorde de ocupação das aeronaves e pela recuperação das empresas aéreas americanas. O lucro das empresas deve atingir US$ 29,3 bilhões, uma alta de 78 65% sobre o resultado de 2014, de acordo com projeções divulgadas na última segunda-feira, 8, durante a conferência anual da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), em Miami.

Apesar das boas perspectivas anunciadas, o presidente da Iata, Tony Tyler, ressaltou que as diferenças regionais são gritantes e que muitas companhias aéreas ainda lutam para conseguir receitas que cubram seus custos. Mais da metade do lucro esperado para o setor virá das empresas norte-americanas, que devem lucrar US$ 15,7 bilhões este ano, com margem de lucro de 7 5%, a maior entre as regiões, favorecidas pela recuperação da economia do país e pela valorização do dólar sobre as demais moedas. Em média, a margem de lucro das aéreas globais será de 4%, contra 2,2% em 2014.

De acordo com os dados da Iata, a América Latina sai de uma lucratividade zero em 2014 para lucro lí­quido de US$ 600 milhões e margem de lucro de 1,8% neste ano, superando apenas o resultado das empresas aéreas africanas. «Oportunidades na América Latina estão sendo deixadas para trás pelas dificuldades econômicas, deficiências da capacidade aeroportuária e excesso de regulação», disse Tyler.

A Iata não abre estimativas por país, mas as projeções para a America Latina já consideram a crise econômica no Brasil. «A recessão deve afetar a performance das companhias aéreas expostas ao mercado brasileiro. Mas temos outras economias, como o Chile e a Colí´mbia, que estão indo bem e devem melhorar a lucratividade da região», afirmou o economista-chefe da Iata, Brian Pearce.

Neste ano, as empresas brasileiras estão pressionadas pela alta do dólar e pela recessão, que esfriou a demanda por viagens. «A fortuna não é a mesma para todas as companhias. O Brasil está em um momento difícil. E, de fato, o custo de operar uma companhia aérea aqui é mais alto. As taxas e impostos são entre 40% e 55% mais caras que nos demais países», afirmou o presidente da Gol, Paulo Kakinoff.

Regulação

A conferência anual da Iata, um evento com a presença de cerca de mil pessoas e de representantes de 135 companhias aéreas do mundo todo, foi marcada por críticas ao excesso de regulação do governos sobre as empresas. «A rentabilidade melhorou, mas ainda é tímida comparada às demais indústrias. Somente a Apple lucrou US$ 13,6 bilhões neste segundo trimestre, com margem de 23,4%. Mas nenhum polí­tico está pedindo para a empresa reduzir o preço do iPad», disse Tyler…

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