O setor aéreo brasileiro anunciou nesta terça-feira (29) ter pedido apoio ao governo federal para aliviar seus custos diante de um cenário de aprofundamento do déficit de caixa das empresas devido à desaceleração da demanda por voos e ao forte aumento dos gastos por conta da disparada do dólar.
O presidente da associação que representa o setor, Abear, Eduardo Sanovicz, disse que um pacote com seis propostas foi apresentado na semana passada ao ministro da Aviação, Eliseu Padilha, e será exibido na quinta-feira ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Segundo ele, as medidas teriam o potencial de reduzir os custos das empresas em até R$ 6 bilhões a partir de sua implementação.
O pacote inclui a proposta de que o Fnac (Fundo Nacional de Aviação Civil) assuma por 18 meses as tarifas aeroportuárias e de navegação do setor, além de pedido pela eliminação do ICMS sobre o querosene de aviação e precificação do combustível em linha com o mercado internacional, entre outras.
A associação prevê um déficit de caixa do setor em 2015 de R$ 7,3 bilhões, com os custos disparando 24% sobre 2014 e as receitas avançando apenas 3,7%. Em 2016, a previsão é de que esse déficit chegue a R$ 11,4 bilhões com o dólar a R$ 3,88; e R$ 12,1 bilhões com o dólar a R$ 4,44.
A Abear tem TAM, Gol, Azul e Avianca como associadas.
Preços de passagens áreas nacionais despencam e brasileiros viajam mesmo com crise
Sanovicz apontou que o setor vem sendo fortemente afetado pela valorização acentuada do dólar ante o real, que eleva o preço do combustível de aviação, e pela oneração com tarifas de conexão, aeroportuárias e da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). A reoneração da folha de pagamento e a conjuntura recessiva da economia, que dificulta o repasse do aumento dos custos aos clientes na forma de passagens mais caras, têm agravado esse quadro.
Sanovicz falou que as companhias estão reduzindo a oferta de assentos…