As concessões de aeroportos brasileiros à iniciativa privada ajudarão a tornar a Infraero "“ empresa estatal que detém o monopólio das operações aeroportuárias no país "“ mais competitiva, tanto em termos econômicos quanto na prestação de serviços. A opinião foi compartilhada nesta terça-feira (26) pelo ministro Moreira Franco, da Secretaria de Aviação Civil (SAC), e pelos presidentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys, e da Infraero, Gustavo do Vale, durante o Seminário de Operadores de Aeroportos Brasileiros.
«A Infraero é uma empresa que teve acomodação por causa do monopólio [na operação de aeroportos]», admitiu o presidente da Infraero. «Hoje, a situação é outra porque temos concorrência de outros aeroportos. Tempos novos parceiros [entre os grupos que detêm a concessão], já que somos sócios de outros aeroportos. E, com eles, tem havido transferência de tecnologia. Claro que isso não acontece da noite para o dia, mas estamos aprendendo", acrescentou Vale.
Segundo Moreira Franco, usar as concessões aeroportuárias para tornar a Infraero mais competitiva foi uma das estratégias adotadas pela presidenta Dilma Rousseff para o setor. "Por orientação da presidenta, traremos um grande operador internacional para que a Infraero se organize para ser competitiva em um ambiente de concorrência. Queremos que experiência e quadros qualificados com a experiência especÃfica da Infraero garantam ao passageiro brasileiro a melhoria da qualidade de serviço, a fim de obter a fidelização do cliente, com qualidade e preço. E, assim, competir de igual para igual", disse o ministro.
Referindo-se aos cerca de 270 aeroportos regionais que serão beneficiados pelas políticas do governo federal, Moreira Franco destacou que o setor aeroportuário está entrando agora em uma "segunda etapa", na qual será criada nos terminais a infraestrutura que permitirá a brasileiros de localidades mais remotas usufruir desses serviços.
"É esse espírito selvagem do empreendedor que queremos presente nos aeroportos do Brasil», acrescentou o ministro. Segundo ele, esse ambiente novo criado no Brasil, de concorrência, será extremamente favorável ao passageiro, aos usuários dos aeroportos, tanto para melhorar os terminais concedidos quanto para melhorar a operação deles com base nas experiências «lá de fora».
Para o presidente da Infraero, a concorrência não será tão "de igual para igual", como foi sugerido por Moreira Franco. "Algumas características das empresas privadas nós nunca teremos por causa dos processos licitatórios [aos quais a Infraero é submetida]", disse Vale.
Segundo o presidente da Anac, com os aeroportos concedidos, o país passou a ter "de fato concorrência" entre aeroportos. "A estratégia é adotar…