Durante um evento sobre segurança realizado hoje (10) em São Paulo, o atual ministro da defesa, Joaquim Silva e Luna, disse a jornalistas que as negociações da Embraer com a norte-americana Boeing estão progredindo. "Eu diria que, no fim das contas, isso vai terminar em casamento", comentou Silva e Luna.
Essa declaração pode ser entendida como um sinal positivo para a união das duas empresas de aviação, mas o ministro não soube dizer que tipo de acordo as duas companhias estariam tentando fechar. Quando a Boeing fez sua oferta oficial para a compra da brasileira, o governo foi duramente contra o acordo, uma vez que a Embraer é uma líder de mercado próspera e inovadora, além ser uma peça-chave na tecnologia militar brasileira. Deixar uma companhia como essa nas mãos de uma empresa norte-americana era visto como um péssimo negócio em Brasília.
Depois dessa negativa inicial, a Boeing teria tentado negociar uma compra parcial da empresa brasileira, o que não envolveria os negócios militares da Embraer, apenas os jatos comerciais. "Não me pergunte que tipo de casamento, se é com comunhão total de bens, comunhão parcial ou total separação de ben" brincou o ministro. Mesmo assim, ele comentou que uma possível parceria entre as duas empresas poderia ajudar a Embraer a vender o seu KC-390, a nova aeronave de carga militar brasileira.
Rivais
O interesse da Boeing na Embraer foi provavelmente fruto da compra da canadense Bombardier pela francesa Airbus. A Bombardier é a segunda maior fabricante de jatos comerciais de até 150 lugares, atrás apenas da Embraer. Para concorrer diretamente com a rival Airbus, a Boeing resolveu procurar uma parceira ou aquisição no segmento que é a especialidade da empresa brasileira…