Com 241 aviões vendidos por «encomendas firmes», a Airbus foi a empresa mais lucrativa do 50.º Paris Air Show, o salão aeronáutico de Le Bourget, na França, com US$ 39,3 bilhões negociados. O total pode chegar a US$ 68,7 bilhões se todos os 225 outros aparelhos vendidos como «opção» forem de fato adquiridos por companhias aéreas. A gigante americana Boeing negociou quase o mesmo valor, mas um dos destaques da feira foi mesmo a brasileira Embraer, que superou de longe sua maior concorrente, a canadense Bombardier.
Se todos os negócios se confirmarem, o resultado do evento terá sido superior, em bilhões movimentados, ao evento de 2007, até aqui o mais bem-sucedido de todos os salões de Le Bourget. O evento, o maior da Europa ao lado da feira de Farnborough, na Inglaterra, movimentou mais de US$ 100 bilhões, segundo os organizadores. «Os profissionais da aeronáutica anunciaram US$ 115 bilhões em encomendas, um nível histórico», afirmou Emeric d’Arcimoles, comissário-geral do 50º Paris Air Show.
O resultado foi obtido, claro, pelo sucesso excepcional das duas gigantes da aviação mundial. Para a europeia Airbus, o salão de Bourget marcou mais um round de vitória sobre sua arquirrival Boeing, dos Estados Unidos. A companhia franco-alemã anunciou nos sete dias de evento um total de US$ 39,3 bilhões em encomendas firmes, o equivalente a 241 aviões. Mais uma vez o resultado excepcional foi obtido graças aos aviões para médias distâncias, como o Airbus A320 e o A320Neo, que venderam mais do que os modelos maiores A330, A350 (recém-lançado) e A380. Em médias distâncias, a Airbus mantém sua hegemonia frente à Boeing, com 60% do mercado.
A companhia americana fechou um total de US$ 38 bilhões em vendas firmes e outros US$ 22,2 bilhões em intenções, o que poderá elevar o total a US$ 60,2 bilhões. A Boeing continua imbatÃvel nos voos de longa duração. Para manter sua hegemonia nesse mercado, a empresa anunciou em Bourget a versão 787-10 de seu Dreamliner, que tem maior capacidade de passageiros.
Brasileira. Entre os antagonistas da disputa, a Embraer teve um papel de destaque. A companhia brasileira gerou burburinho em Le Bourget ao anunciar a renovação de sua famÃlia de aviões comerciais, com a reforma dos modelos E175-E2, E190-E2 e E195-E2, que chegará a 132 assentos.
O sucesso dos aparelhos levou o jornal de economia francês La Tribune a afirmar que a Embraer estava «roubando a cena» de Airbus e Boeing no evento, ao anunciar um total de 365 encomendas da nova famÃlia, entre transações firmes e opções futuras.
O diagnóstico foi similar no Canadá, onde o jornal La Presse afirmou que «a empresa do Quebec foi superada por seus rivais Boeing, Airbus e Embraer, que colocaram as mãos em 1,2 mil encomendas firmes ou potenciais».
«Segundo alguns analistas, a empresa brasileira Embraer ‘roubou a cena’ ao apresentar certos detalhes de sua famÃlia de aparelhos regionais E-Jet», afirmou o diário, advertindo: «O voo inaugural da famÃlia CSeries da Bombardier poderia reavivar o interesse».