Para alegria e conforto de muita gente, a Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos anunciou que as companhias aéreas estão autorizadas a permitir o uso de aparelhos eletrônicos portáteis durante todas as fases do voo; inclusive durante o pouso e a decolagem. Para isso, as empresas terão até o final do ano para comprovar junto à agência que suas aeronaves estão aptas a oferecer essa facilidade sem comprometer a segurança.
Segundo a própria agência norte-americana, a decisão é resultado de anos de trabalho e pesquisa. Entre os itens liberados estão tablets, smartphones em modo avião, MP3 players, e-readers e até brinquedos eletrônicos de pequeno porte.
«Nem tudo foi liberado. Não são celulares, apenas equipamentos para ler e escrever. Tansmitir dados e voz ainda não pode», comenta Ronaldo Jenkins, diretor de Segurança e Operações de Voo da ABEAR.
Segundo o diretor da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, a decisão tem como base a evolução tecnológica desses aparelhos. A FAA considera que todos os gadgets autorizados não são capazes de causar interferências que comprometam a segurança do voo. Aliás, toda essa história está ligada exatamente a um fenômeno físico: a interferência eletromagnética.
«A inteferência eletromagnética não é algo matemático. Acontece de vez em quando e em determinadas circunstâncias», explica Jenkins.
Jenkins nos contou uma história que mostra como o que parece inofensivo pode se tornar perigoso dentro de uma aeronave. Em um voo, determinado comandante, de repente, notou que o marcador de combustível começou a subir em pleno ar; claro, o avião não estava sendo abastecido em voo "“ algo anormal estava acontecendo. O piloto pediu então que um comissário de bordo fosse conferir se havia algo de estranho entre os passageiros.
«Ele viu alguns garotos brincando com o GameBoy. Quando os meninos desligaram o jogo, o marcador voltou ao normal», lembra o diretor.
Quem poderia imaginar que um mero videogame portátil pudesse interferir em qualquer equipamento de uma aeronave de grande porte? Ninguém! Por sorte a interferência foi apenas no marcador de combustível e nada grave ocorreu, mas situações como esta podem, sim, oferecer risco. E ainda assim, tem gente que ignora quem são solicitados para desligar seus devices "“ principalmente durante a decolagem e o pouso.
Em sua determinação, a agência americana deixou claro também que em situações de baixa visibilidade, durante as aproximações de precisão para pouso, a tripulação deverá instruir que todos os passageiros desliguem qualquer aparelho eletrônico que esteja sendo usado.
«Quando estiverem usando pouso automático e informações de pouso de precisão, que dependem de sinais eletrônicos para guiar a aeronave, não será possível usar os aparelhos», conta.
Outro exemplo interessante, aqui em São Paulo, acontece próximo ao aeroporto de Congonhas, que fica em frente a uma das avenidas mais movimentadas da capital paulista. Quando alguém passa por ali falando ao celular, normalmente a ligação sofre…