AEROLÍNEAS

Gol tem escala para seguir sozinha, mas negocia atenuantes para dívida, diz presidente

A companhia aérea Gol tem recursos em caixa para honrar dívida de US$ 300 milhões que vence em agosto, mas está negociando alternativas para atenuar este impacto em estratégia para preservar seu caixa durante a epidemia de Covid-19, afirmou o presidente-executivo da empresa, Paulo Kakinoff, nesta terça-feira (23).

O executivo participou de conferência online sobre o setor aéreo com representes do Ministério da Infraestrutura e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e promovido pela Airport Infra Expo.

«Temos este vencimento no mês de agosto, cujos recursos para amortização nós temos em caixa. Temos o objetivo de preservar o máximo possível o caixa e trabalhamos em alternativas para que estes compromissos possam ser atenuados», disse o executivo.

Questionado sobre o recente acordo de codeshare anunciado por Azul e Latam, Kakinoff afirmou que trata-se de uma tendência para o setor acelerar o fim do desequilíbrio entre oferta e demanda criado pela pandemia, mas que a Gol tem condições de seguir sozinha.

«A Gol hoje é uma empresa que tem 40% de participação de mercado. Temos escala suficiente para que a gente possa navegar por esse deserto e através de nossos ganhos de eficiência e viabilizar nossos planos», disse o executivo.

As ações da Gol chegaram a recuar mais de 1%, mas fecharam a sessão em alta de 10,9%, a R$ 19,90, enquanto os papéis da rival Azul encerraram com ganho de 9,1%. O Ibovespa terminou em com ganho de 0,7%.

Azul e Latam surpreenderam o mercado na semana passada ao anunciarem acordo de codeshare para conectar suas malhas domésticas, ilustrando como o setor aéreo está tentando otimizar a estrutura para enfrentar o impacto das medidas de quarentena. A parceria, que deve estar operacional em agosto, inclui inicialmente 50 rotas domésticas não sobrepostas de/para Brasília (BSB), Belo Horizonte (CNF), Recife (REC), Porto Alegre (POA), Campinas (VCP), Curitiba (CWB) e São Paulo (GRU).

«As empresas no mundo todo estão sofrendo ajustes e algumas delas se inviabilizando…e haverá quantidade significativa de fusões, não aquisições, porque as empresas estão em patamar de liquidez muito baixo», disse Kakinoff. «No nosso caso, não parece ser que faça muito sentido essa agenda.»

O presidente da Gol também voltou a afirmar que as negociações da empresa com o BNDES e bancos privados para uma linha bilionária de financiamento seguem avançando e que podem atingir um acordo em breve, mas não deu detalhes.

O setor negocia há meses a linha, mas as tratativas emperraram em questões como diluição acionária. Segundo Kakinoff, mesmo havendo um acordo do setor, a linha de financiamento «é uma alternativa para o setor. Essa linha não necessariamente será usada ou é única alternativa» para a Gol…

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