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IATA Brasil: muito mais que códigos, um trabalho para a aviação nacional decolar

Ao ouvir falar de IATA, a maioria das pessoas da aviação e do turismo pensam logo nas siglas de aeroportos, como GRU, LAX e JFK, ou no código da empresa aérea que tem no cartão de embarque, como LA para LATAM, G3 para GOL e por aí vai. Porém a Associação Internacional do Transporte Aéreo vai muito além disso, e tem forte atuação no Brasil.

Fomos recebido na sede da IATA em São Paulo pelo Dany Oliveira, Country Director da IATA Brasil. Outros grandes membros do seu time também nos receberam, como Sofia Abreu, Aviation Industry Analyst e Paulo Costa, Campaign Manager.

A associação foi fundada em 1945 com o intuito de cooperação entre as empresas aéreas. Vale lembrar que a IATA não é parte da ICAO, orgão da ONU, e tampouco são concorrentes. Elas se complementam para trazer uma aviação cada vez mais segura e livre para voar.

Atualmente são 290 membros que transportam cerca de 83% de todos os passageiros do mundo. Por aí já se vê algo: estar fora da IATA é estar fora do principal grupo de empresas aéreas no mundo. No Brasil não é diferente. As quatro maiores empresas do país, Avianca, LATAM, GOL e Azul, fazem parte da Associação.

Contando com 53 escritórios no mundo e 1500 colaboradores, a principal função da associação hoje é lutar por uma aviação mais livre. Em todos os sentidos: para maior liberdade de mercado, para evoluir, para atrair mais passageiros, para melhorar a experiência e otimizar processos. No Brasil os colaboradores da IATA são baseados em São Paulo, bem próximo das associadas, e em Brasília trabalhando numa frente no congresso.

O principal desafio no Brasil (e na América Latina como um todo) é o alto número de regulações e impostos: companhias desta região devem lucrar $2.95 dólares por passageiro neste ano, algo em torno de R$11 reais. Companhias da América do Norte por sua vez tem lucro estimado por passageiro de $15.67 e na Europa de $7.58, sendo a média global na indústria para este ano de $7.76.

Isto nos traz a resposta para uma pergunta frequente de nossos leitores: porque não existem mais companhias aéreas no Brasil? Pergunta que é respondida por outra: quem quer investir num negócio que o lucro por cliente é de no máximo 3 dólares?

Países como Índia, China, EUA e membros da Zona do Euro contam com apenas uma regulação para toda sua aviação. Aqui na América Latina temos 45. Para combater isso, a IATA Brasil conta com profissionais especializados nas aéreas de Aeroportos, Empresas Aéreas, Análise da Indústria, Segurança de Voo, Relações Governamentais e Turismo.

Através destes profissionais a IATA ajuda a abrir novos caminhos na aviação brasileira. Prova disso é o surgimento de novos voos: a ferramenta AirportIS da IATA ajuda os aeroportos a identificarem potenciais novas rotas, permitindo uma conversa mais detalhado com as empresas aéreas para apresentar esse potencial.

O boom de voos no Nordeste, como o hub da Air France-KLM-GOL em Fortaleza e o hub da Azul em Recife, só foi possível através da política de incentivo com redução no ICMS no combustível de aviação. Hoje a região conta com novos voos para os EUA, Europa e pode ser uma das primeiras a receber a Norwegian.

Para manter essa boa experiência e principalmente permitir que ela seja espalhada, a IATA Brasil também conta um centro de treinamento direcionado a pessoas da área, que exige pouquíssimos requisitos para participação. Os cursos abrangem as aéreas de Security, Safety, Regulação, Cargas, Aeroportos e Sistemas da Informação.

Neste sentido a IATA também oferece serviços de consultoria para todo tipo de negócio que envolva o transporte aéreo. Entre os clientes estão grandes instituições como a ICAO, a FAA, e empresas como a GRU Airport, Norwegian, Turkish Airlines e Copa Airlines.

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