A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA – International Air Transport Association) pediu a transição para equipamentos de suporte terrestre (GSE, na sigla em inglês) avançados para melhorar a segurança e conter o custo de reparos de danos em terra envolvendo GSEs. Os GSEs avançados usam tecnologia anticolisão e avanço gradual, melhoram o controle do veículo e aumentam a precisão de acoplagem, minimizando o risco de lesão às pessoas e danos às aeronaves.
Novo relatório da IATA: IATA Ground Damage Report: The Case for Enhanced Ground Support Equipment (Relatório de danos em solo da IATA: o uso de equipamentos de suporte terrestre avançados).
O pedido da IATA de transição para GSE avançado é detalhado em um estudo recente da IATA, que estima que o custo anual de danos em solo pode dobrar e atingir quase US$ 10 bilhões até 2035, a menos que sejam adotadas medidas preventivas. A previsão de custo com danos em solo é baseada em custos diretos (incluindo custos de mão de obra e materiais, custos de aluguel temporário, despesas logísticas e custos administrativos) e custos indiretos (receita perdida, custos de reposicionamento de tripulação e passageiros, custos de compensação de serviços atrasados, etc.). O estudo revelou que:
- a maioria dos danos em solo que ocorrem quando a aeronave está parada é causada por GSE motorizado que bate na fuselagem da aeronave;
- a taxa de danos em solo causados por aeronaves widebody é dez vezes maior do que a taxa de dados causados por aeronaves narrow-body; porém, jatos regionais, turboélice e aeronaves narrow-body são 30% mais propensos a danos graves em solo; e
- carregadores de bagagens, carregadores de carga, escadas de passageiros e pontes de embarque de passageiros (PBB, na sigla em inglês) são responsáveis por 40% do total de incidentes (fonte: banco de dados de incidentes de danos em solo da IATA).
- a transição de 75% da frota global de carregadores de bagagens, carregadores de carga, escadas de passageiros e PBB para GSE avançado reduziria em 42% o custo atual de reparo de danos em solo estimado por turno (estimativa da IATA).
“A transição para GSE avançado com tecnologia anticolisão é fácil. Temos tecnologia comprovada que pode melhorar a segurança. E com o custo dos danos em solo crescendo em todo o setor, este é um exemplo claro que exige adoção antecipada. O desafio agora é montar um roteiro para que todos os envolvidos estejam alinhados em um plano de transição”, disse Nick Careen, vice-presidente sênior de operações e segurança da IATA.
Sustentabilidade
Além da redução do custo de reparos de danos em solo, a transição para GSE avançado também reforça o compromisso do setor de atingir zero emissão líquida de CO2 até 2050, já que a maioria dos novos equipamentos é movida a eletricidade.
“A maioria dos GSEs avançados utiliza eletricidade, então esses equipamentos são mais limpos e de alta eficiência energética. Embora o foco principal do trabalho de descarbonização da aviação seja nas aeronaves, o que acontece no solo não pode ser ignorado. A transição para GSE avançado contribuirá para as principais prioridades de segurança e sustentabilidade do nosso setor”, disse Careen.
Transição e padrão ISAGO
A IATA vai trabalhar com parceiros do setor para implementar estratégias, metas e programas para promover a adoção de GSE avançado. O IATA Airport Handling Manual (AHM) aconselha o desenvolvimento e o uso de GSE com sistema anticolisão (GSE avançado) como prática recomendada. Várias companhias aéreas e agentes de suporte terrestre já viram os primeiros benefícios.
Os padrões globais sempre desempenharam um papel importante no compromisso da aviação com a segurança. O sistema IATA Safety Audit for Ground Operations (ISAGO) (auditoria de segurança em operações de solo da IATA) tem visto forte interesse entre as companhias aéreas com 55 empresas aéreas se inscrevendo no esquema de compartilhamento de dados do ISAGO em 2022. Com base no IATA AHM, o ISAGO fornece a estrutura auditável para operações terrestres seguras, além de ser continuamente atualizado com a evolução da tecnologia, incluindo a integração de GSE avançado nas operações, que será realizada em breve.
Outras recomendações para a transição incluem:
- Os proprietários de GSE devem desenvolver planos de negócios para fazer a transição de suas frotas para GSEs avançados.
- Os provedores de serviços de assistência em terra (GHSPs) devem estar prontos para integrar GSEs avançados em suas frotas (treinamento e processos).
- As companhias aéreas devem trabalhar com os GHSPs para usar os GSEs avançados durante o manuseio de aeronaves e implementar incentivos que aumentem a adoção de GSE avançados nas frotas dos GHSPs.
- Os fabricantes de aeronaves e GSEs continuam trabalhando juntos para garantir a operação segura e eficiente dos GSEs próxima das aeronaves.
- Os estados devem considerar políticas e estratégias para incentivar o uso de GSEs avançados.