As capivaras, cada vez mais presentes em áreas urbanas, já ocupam a 4ª posição no ranking de espécies com maior risco para a aviação brasileira, segundo o Guia de Espécies para Gerenciamento do Risco de Fauna. O estudo foi elaborado pelo Laboratório de Transportes e Logística (LabTrans/UFSC) em parceria com a Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC/MInfra) e a ANAC, com base em mais de 600 registros de colisões entre 2011 e 2024 em 120 aeródromos.
“O guia estabelece um instrumento científico que auxilia gestores e autoridades a identificar quais espécies representam maior risco à segurança operacional da aviação no Brasil”, destaca a equipe responsável pelo levantamento.
O estudo
Foram analisadas 68 espécies de animais, incluindo aves, morcegos e mamíferos. Entre os mamíferos, a capivara aparece como destaque devido ao seu porte, hábitos e expansão em áreas próximas a aeródromos. Além dela, 30 espécies foram classificadas como prioritárias para monitoramento constante.
O guia detalha características biológicas e hábitos de cada espécie, além de dados sobre morfologia, distribuição geográfica e comportamento. O objetivo é fornecer subsídios técnicos para orientar medidas de prevenção e mitigação de riscos.
Aves e morcegos
As aves ainda lideram o ranking de severidade. O urubu-de-cabeça-preta ocupa o 1º lugar, responsável por mais de 280 colisões registradas, seguido por garças, corujas, andorinhas e pombos. O levantamento também mostra quatro espécies de morcegos como parte relevante das ocorrências.
Mitigação e próximos passos
Entre as recomendações, o guia reforça a importância de medidas como monitoramento constante das áreas de drenagem próximas a aeroportos, controle de resíduos que atraem animais e implantação de programas de manejo de fauna.