BRASIL EM PORTUGUES

«O Brasil não vai fazer feio na Copa», enfatiza Franco

Após uma temporada submerso na pouco prestigiada pasta dos Assuntos Estratégicos, Moreira Franco foi promovido ao comando de um dos ministérios mais importantes em tempos de Copa do Mundo: a Secretaria de Aviação Civil. No novo posto, o ex-governador do Rio assumiu o protagonismo, mas também a pressão de administrar um dos maiores gargalos do torneio. «O Brasil não vai fazer feio na Copa do Mundo», garantiu o ministro ao Brasil Econômico.

Ele conversou com o jornal no emblemático Palácio da Liberdade, no coração de Belo Horizonte. A cidade sediou o 1° Fórum de Infraestrutura e Logística e Moreira foi a grande atração. «Estamos preparados para Copa. O nosso problema é mais grave. Temos que dar todo dia uma qualidade de serviço e de atendimento ao passageiro», afirmou.

Mostrando-se à vontade no cargo, ele conta que foi obrigado a se enturmar rapidamente no setor e fez uma imersão antes de assumir a pasta. Ao discorrer sobre a raiz do problema da infraestrutura no país, ele diz que o Brasil passou 30 anos sem receber investimentos. «Isso fez com que a engenharia brasileira ficasse muito debilitada. Uma geração inteira de jovens que queriam e podiam ter ingressado na profissão acabaram indo para o mercado financeiro». Ele lamenta que, apesar do mercado estar aquecido, falte mão de obra especializada.

Questionado sobre a situação ainda caótica em muitos aeroportos brasileiros – longas filas no desembarque e problemas de mobilidade para os passageiros chegarem no centro das cidades – o ministro é curto e direto. «Temos que ser mais otimistas». Ele garantiu que há um plano de contingência para cada aeroporto brasileiro da Copa.

«Vai ter mais gente trabalhando. Teremos equipes de comando para a mobilização nas áreas de integração com a prefeitura para facilitar a mobilidade na entrada e na saída dos aeroportos. E vamos organizar melhor o sistema de táxis», emendou, garantindo, porém, que não existe um plano B para o setor.

Cobrança firme sobre Guarulhos
Aos empresários, Moreira Franco confidenciou que não tem passado pelo aeroporto de Guarulhos ultimamente, em suas viagens a trabalho. Nesse momento, ele foi cobrado duramente pelo anfitrião do evento, o empresário João Dória Jr, presidente do Lide (Grupo de Líderes Empresariais). «O passageiro é tratado como um cachorro no aeroporto de Guarulhos. Não consegue nem colocar a mala de mão na escada rolante» .

Desconcertado, Franco respondeu apenas com um «calma, Dória…». Experiente no embate polí­tico, o ministro conseguiu se sair bem. «Esta semana, a Anac fez uma inspeção e identificou diversos problemas em Guarulhos. Na casa de qualquer um, as coisas ficam tumultuadas quando acontece uma obra. A rotina muda».

O ministro colocou o investimento em aeroportos regionais como uma solução para melhorar o sistema aeroportuário brasileiro. «Vamos desenvolver um programa de aviação regional em 270 aeroportos brasileiros. Dentro de um mês, estaremos com o programa na rua».

Franco explicou também por que o espaço áereo de São Paulo sofrerá restrições, apesar de a cidade não estar na Copa das Confederações. «São Paulo é uma porta de entrada e não pode ficar afastada do torneio. Os aeroportos do estado servirão de apoio para a eventualidade de as aeronaves precisarem de estacionamento».

Como cardeal do PMDB fluminense, Moreira Franco também pontuou sobre o tabuleiro polí­tico no Estado do Rio. Ele diz que a fala de Sérgio Cabral sobre um possível rompimento com Dilma Rousseff, caso o PT entre na disputa estadual com Lindbergh Farias, foi distorcida. «Eu estava no jantar do PMDB e ele não disse isso.Agora a mãe do filho dele (Cabral) de fato é filha de um sobrinho do Tancredo Neves. O governador tem dado demonstrações sucessivas de apoio ao ex-presidente Lula e à presidenta Dilma. Sérgio Cabral será um dos baluartes da coligação PT e PMDB».

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