O aumento total no tráfego da região foi impulsionado principalmente pelo desempenho das companhias aéreas com sede na ALC, que, de acordo com o último relatório da IATA, registraram o maior crescimento de tráfego global em junho (+7,9%)
Em junho de 2025, o tráfego aéreo na América Latina e no Caribe atingiu 38,3 milhões de passageiros, um incremento de 3,4%, equivalente a 1,3 milhão de passageiros adicionais, acelerando o ritmo de crescimento em 0,8 pontos percentuais em relação ao mês de maio. O aumento total no tráfego da região foi impulsionado principalmente pelo desempenho das companhias aéreas com sede na ALC, que, de acordo com o último relatório da IATA, registraram o maior crescimento de tráfego global em junho (+7,9%)[1] .
A tendência se mantém: Brasil, Argentina e Peru lideram o crescimento
O Brasil registrou seu quarto mês consecutivo de recorde histórico em tráfego doméstico. Em junho, 8,22 milhões de passageiros voaram dentro do país, 11,2% a mais que em junho de 2024. O transporte aéreo continua sendo a categoria de serviços com maior deflação no acumulado do ano (–28% em relação a 2024)[2]. A conectividade interna no Brasil segue em expansão — em junho de 2025, foram operadas 43 rotas que não existiam no mesmo mês de 2024, entre as quais se destacam: Viracopos–Porto Alegre, Belo Horizonte–Rio de Janeiro (RRJ) e Aracaju–Salvador[3]. No segmento internacional, o Brasil cresceu 12,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior, impulsionado por um aumento de 35% na chegada de turistas internacionais por via aérea. No segmento internacional, o Brasil cresceu 12,8% em relação ao ano anterior, impulsionado por um aumento de 35% nas chegadas de turistas internacionais por via aérea[4] .
A Argentina foi o mercado com maior crescimento percentual em junho, com aumento de 12% no segmento doméstico e 14% no internacional. O tráfego total atingiu um novo recorde histórico, superando em 3% o recorde anterior de junho de 2019. Impulsionaram o crescimento os mercados internacionais como Argentina–Brasil (+28%) e Argentina–Colômbia (+36%), além das rotas domésticas Buenos Aires–Iguaçu (+40%) e Buenos Aires–Neuquén (+37%).
Peru apresentou um dos desempenhos mais sólidos da região. Em junho, atingiu recorde histórico de tráfego doméstico para esse mês, com 1,3 milhão de passageiros (+5,2%), enquanto o segmento internacional cresceu 8,3%, com bons resultados em mercados como Colômbia (+22%), Brasil (+13%) e México (+7,6%). Esse crescimento veio acompanhado por uma redução interanual dos preços dos serviços de transporte aéreo, tanto nacional (–1,2%) quanto internacional (–2,1%)[5].
México registra leve queda no tráfego total devido ao menor desempenho internacional
No país, 9,8 milhões de passageiros voaram em junho, 0,4% a menos que em junho de 2024, em um contexto de menor confiança do consumidor, cujo índice recuou 1,1 ponto em relação a maio[6]. O tráfego doméstico cresceu levemente (+0,2%), enquanto o internacional — que representa 47% do total — caiu 1%. Os Estados Unidos responderam por 73% do tráfego internacional do México e registraram queda de 2,1%, principalmente devido à diminuição de 3,6% nos passageiros transportados por companhias aéreas norte-americanas. O crescimento do tráfego com o Canadá (+12,4%) compensou parcialmente essa contração. A capacidade total oferecida pelas companhias mexicanas, medida em ASK, manteve-se relativamente estável (+1,5%). No entanto, em junho de 2025, elas alocaram uma maior proporção ao segmento internacional (45% contra 43% em junho de 2024) [7].
Desempenho misto na Colômbia e no Chile: contração doméstica na Colômbia e recuperação parcial no Chile.
Na Colômbia, o tráfego doméstico caiu 4,7% em junho, acumulando cinco meses consecutivos de queda e um recuo acumulado de 2,1% no 1º semestre. Das 10 principais rotas domésticas, todas (exceto Medellín–Cartagena e Medellín–Santa Marta) apresentaram contrações. Em contraste, o tráfego internacional cresceu 9,2%, impulsionado principalmente pelo tráfego com países vizinhos: Equador (+30%), Brasil (+27%) e Peru (+22%). No Chile, o tráfego doméstico cresceu 4,2% em junho, após dois meses consecutivos de queda, enquanto o internacional cresceu 2,5%.
“O crescimento do tráfego aéreo na América Latina e no Caribe durante o primeiro semestre de 2025 mostra um dinamismo contínuo, com 237 milhões de passageiros e um aumento de 3,6%. Mais de 90% desse crescimento líquido veio de mercados dentro da própria região, o que confirma o papel cada vez mais ativo da aviação na integração regional. No mesmo período, as companhias aéreas da região operaram 11,2% mais voos internacionais entre países da América Latina e Caribe do que no primeiro semestre de 2024”, destacou Peter Cerdá, CEO da ALTA.
República Dominicana lidera o Caribe e o Panamá impulsiona a América Central
O tráfego de e para o Caribe cresceu 0,9% em junho na comparação anual, com sinais mistos entre os principais mercados. Na República Dominicana, maior mercado da sub-região e o oitavo maior da América Latina e Caribe, o tráfego de passageiros aumentou 1,2%, apesar de quedas nos dois principais mercados: EUA (–1,1%) e Canadá (–9%), que acumulam seis meses consecutivos de retração. O crescimento com Colômbia (+10%), Panamá (+9%) e Peru (+31%) compensou parcialmente essa tendência, permitindo um crescimento líquido em relação a junho de 2024.
O tráfego aéreo na América Central cresceu 4,2% em junho em relação ao ano anterior, impulsionado principalmente pelo Panamá, que registrou aumento de 6%, com altas expressivas nas conexões com Argentina (+38%), Colômbia (+14%) e Brasil (+12%). Em contraste, a Costa Rica teve crescimento marginal de 0,9%, em um cenário de menor dinamismo turístico. As chegadas de turistas internacionais por via aérea caíram 4,5% em junho, com destaque para a redução de 4,9% dos visitantes provenientes dos Estados Unidos, que representam cerca de 75% do total[8].
Resumo dos indicadores
- A capacidade medida em assentos-quilômetros disponíveis (ASK) cresceu 4,8%.
- A demanda, em passageiros-quilômetros transportados (RPK), aumentou 5,7%.
- A taxa média de ocupação foi de 85,1%.
- No acumulado de janeiro a junho, o tráfego aéreo na ALC atingiu 237 milhões de passageiros, o que representa um crescimento de 3,6% em relação ao mesmo período de 2024.
| junho | ACUMULADO | |||||||
| 2025 | 2024 | Crescimento | 2025 | 2024 | Crescimento | |||
| Passageiros | 38.320.772 | 37.053.343 | 3,4% | 237.061.670 | 228.839.739 | 3,6% | ||
| Doméstico | 21.379.849 | 20.563.658 | 4% | 128.249.465 | 123.234.638 | 4,1% | ||
| Internacional intrarregional | 4.432.188 | 4.044.687 | 9,6% | 28.907.366 | 26.243.307 | 10,2% | ||
| Internacional extrarregional | 12.508.735 | 12.444.999 | 0,5% | 79.904.839 | 79.361.794 | 0,7% | ||
| RPK (milhões) | 81.148 | 76.793 | 5,7% | 510.976 | 482.508 | 5,9% | ||
| Doméstico | 20.147 | 18.847 | 6,9% | 122.854 | 113.986 | 7,8% | ||
| Internacional intrarregional | 9.097 | 8.233 | 10,5% | 56.380 | 50.962 | 10,6% | ||
| Internacional extrarregional | 51.903 | 49.714 | 4,4% | 299.122 | 292.455 | 2,3 | ||
| ASK (milhões) | 95.327 | 90.951 | 4,8% | 608.063 | 580.808 | 4,7% | ||
| Doméstico | 23.649 | 22.839 | 3,5% | 145.094 | 138.528 | 4,7% | ||
| Internacional intrarregional | 11.801 | 10.575 | 11,6% | 72.609 | 64.576 | 12,4% | ||
| Internacional extrarregional | 59.876 | 57.536 | 4,1% | 390.360 | 377.704 | 3,4% | ||
| Fator de ocupação | 85,1 | 84,4 | 0,7 pts | 84,0 | 83,1 | 0,9 pts | ||
| Doméstico | 85,2 | 82,5 | 2,7 pontos | 84,7% | 82,3% | 2,4 pontos | ||
| Internacional intrarregional | 77,1 | 77,9 | -0,8 pontos | 77,6 | 78,9 | -1,3 pts | ||
| Internacional extrarregional | 86,7 | 86,4 | 0,3 pontos | 85,0 | 84,1 | 0,9 pts |
| Fonte: Análise ALTA, elaborada com dados das Autoridades de Aviação Civil e estimativas da ALTA com base nos relatórios das companhias aéreas membros. |
Glossário: RPK (Revenue Passenger Kilometers) quantidade de passageiros pagantes transportados multiplicada pela distância percorrida | ASK (Available Seat Kilometers) quantidade de assentos disponíveis para venda multiplicada pela distância percorrida | Fator de Ocupação. É obtido dividindo o RPK pelo ASK.
Nota metodológica
Neste documento, a região da América Latina e Caribe (LAC) é definida como a soma da América do Sul, América Central, Caribe e México. Esta definição é utilizada de forma consistente para todas as análises de tráfego regional e internacional.
São considerados voos domésticos aqueles realizados dentro de um mesmo país. O tráfego internacional é classificado em dois grandes segmentos:
Tráfego internacional intrarregional: voos entre países dentro da LAC (por exemplo, Argentina–Brasil ou México–Colômbia).
Tráfego internacional extrarregional: voos entre a LAC e outras regiões do mundo (como América do Norte, Europa, Ásia-Pacífico, Oriente Médio ou Áfr
1 IATA (2025). Análise do Mercado de Passageiros Aéreos – Junho de 2025. Disponível em: https://www.iata.org/en/iata-repository/publications/economic-reports/air-passenger-market-analysis-june-2025
2 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Variação acumulada no ano por grupo de despesa. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/7060
3 Análise da ALTA com base em dados do Cirium SRS Analyzer, referentes à programação de capacidade desde/para a América Latina e Caribe em junho de 2024 e junho de 2025.
4 Embratur – Instituto Brasileiro de Turismo. Painéis de Dados – Chegadas Internacionais de Turistas. Consulta de dados consolidados de chegadas internacionais por via aérea. Disponível em: https://embratur.com.br/para-o-trader/inteligencia-de-dados/paineis-de-dados/chegadas-internacionais
5 Banco Central de Reserva do Peru (BCRP). Notas de Estudos do BCRP Nº 48 – Inflação: junho de 2025. Disponível em: https://www.bcrp.gob.pe/docs/Publicaciones/Notas-Estudios/2025/nota-de-estudios-48-2025.pdf
6 Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI – México). Pesquisa Nacional sobre Confiança do Consumidor (ENCO) – Índice de Confiança do Consumidor (ICC), junho de 2025. Disponível em: https://www.inegi.org.mx/contenidos/saladeprensa/boletines/2025/enco/icc2025_07.pdf
7 Análise da ALTA com base em dados do Cirium SRS Analyzer, referentes à programação de capacidade desde/para a América Latina e Caribe em junho de 2024 e junho de 2025. (Repetida)
8 Instituto Costarriquenho de Turismo (ICT). Chegadas internacionais de turistas por país e posto migratório – junho de 2025. Disponível em: https://www.ict.go.cr/en/documents/estad%C3%ADsticas/informes-estad%C3%ADsticos/recientes/2893-2025/file.html
