Na feira de aviação Dubai Airshow realizada em novembro de 2013, as quatro companhias aéreas do Golfo Pérsico, Emirates Airline, Etihad, Flydubai e Qatar Airlines, compraram aviões no valor de mais de US$170 bilhões, a preço de tabela, da Boeing e da Airbus em um dia. Na última feira de Dubai, em novembro de 2015, Ã primeira vista o cenário era mais preocupante para os dois maiores fabricantes de aviões do mundo. Só uma grande companhia aérea, a Vietjet do Vietnã, comprou aviões da Airbus no valor de US$3,6 bilhões.
Isso seria um sinal de recessão no setor de aviação comercial e um colapso na demanda por aviões? Essa é a pergunta que os investidores fazem enquanto esperam o anúncio do balanço financeiro anual da Boeing em 27 de janeiro. Em seguida, a Airbus apresentará seu balanço em fevereiro. Apesar de a Boeing e a Airbus terem divulgado nos últimos dias os números de uma produção recorde em 2015, os cancelamentos de novas encomendas chegaram a quase metade na Boeing e a um terço na Airbus, em comparação com o ano anterior.
Com a lista de encomendas que deverá mantê-las ocupadas até a década de 2020, apesar do aumento de produção planejado, a Boeing e a Airbus ainda não entraram em pânico. Na verdade, o número menor de encomendas em 2015 foi resultado em parte da decisão das companhias aéreas de não comprar aviões que poderiam demorar quase dez anos para serem entregues. Mas a Boeing e a Airbus receiam que o excesso de cancelamentos de pedidos, como aconteceu no passado, prejudique os lucros.
No entanto, segundo os analistas, essa situação não se repetirá. Mesmo em um cenário de recessão mundial o setor de aviação não será muito afetado. Embora o impulso global de comprar novos aviões tenha ficado menos cÃclico, as encomendas de aviões para clientes individuais ainda são bastante voláteis, disse Thomas Picherit da empresa de pesquisa AlphaValue…