Há poucas explicações, diz a IATA ao analisar o crescimento em Junho do transporte aéreo de passageiros a nível mundial em 6%, inclusivamente acima dos 5,8% de Maio, sublinhando que não houve alterações no índice de confiança dos empresários e que o crescimento do comércio nas economias avançadas "permanece fraco".
O facto é que em Junho, se bem que metade do crescimento face a Maio ocorreu em companhias da Ásia e Pacífico, também as companhias europeias apresentaram "fortes resultados no transporte internacional, suportado por contínuo crescimento da actividade comercial".
Face a Maio, de acordo com os dados da IATA, o transporte aéreo de passageiros teve um crescimento em RPK (passageiros x quilómetros percorridos) em 1,1%, com +1% em rotas internacionais e +1,1% em domésticas.
Para as companhias aéreas europeias, a IATA indica um aumento de 0,4%, com +0,2% em tráfego internacional.
O maior crescimento do tráfego total foi registado pelas companhias de Ãfrica, com +2,3% (com +2,4% no internacional), seguidas pelas latino-americanas, com +2,2% (com +0,2% no internacional e um crescimento de 1% no Brasil).
Na comparação com Maio de 2012, o maior crescimento foi das companhias do Médio Oriente, em 11%, com +12,1% no internacional, seguidas pelas africanas, em +10,8% (+11,2% no internacional) e latino-americanas, em 7,4%, com +8,7% no internacional e +3,2% no mercado doméstico brasileiro.
Nos maiores mercados, as companhias da Ásia e Pacífico foram as líderes em crescimento, com um aumento do tráfego em 8,3%, impulsionado pelos crescimentos em voos domésticos na China, em 14,6%, Ãndia, em 7,7%, e Japão em 6,9%, enquanto em tráfego internacional o aumento foi de 5,5%.
As companhias europeias tiveram o segundo crescimento mais forte, em 4,8%, com +4,7% em tráfego internacional, e um aumento de 9,8% do tráfego doméstico na Rússia.
Na América do Norte, maior mercado mundial, o crescimento foi de 2,9%, com +3,4% em tráfego internacional e +2,4% em voos domésticos nos Estados Unidos.
Porém, em ocupação dos voos, que é uma das prioridades das companhias aéreas e especialmente quando enfrentam preços de combustível historicamente elevados, as "˜campeã"™ são as norte-americanas, com 87%, e as europeias, com 82,6%, que são, em ambos os casos, índices melhores que há um ano, em 0,4 pontos nas norte-americanas e em 1,3 pontos nas europeias.
Já nas companhias da Ásia e Pacífico, a taxa de ocupação dos voos baixou 0,3 pontos, para 78,6%, e o mesmo sucedeu nas companhias do Médio Oriente, com um decréscimo de um ponto, para 78,7%.
Com aumentos da taxa de ocupação estiveram ainda as companhias de Ãfrica, em três pontos, para 71,3%, e da América Latina, em 1,7 pontos, para 78,1%.
Ao comentar os indicadores de tráfego em Junho, o director-geral e CEO da IATA, Tony Tyler, sublinhou que com uma taxa de ocupação média de 81,7% em Junho demonstra-se que as companhias aéreas estão a colocar mais capacidade "eficientemente", mas avisa que enfrentam "ventos contrário", entre os quais cita o abrandamento do crescimento das economias dos países emergentes, designadamente da China, e os preços elevados do combustível.
"A indústria continua em rota para fazer [ganhar] quatro dólares por passageiro este ano com um lucro líquido global de 12,7 mil milhões de dólares. Mas a margem de erro é pequena e mesmo uma pequena alteração no segundo semestre deste ano pode mudar significativamente as perspectiva", acrescenta.
Esta preocupação também transparece quando a IATA diz que o crescimento em Junho do tráfego doméstico na Ásia e Pacífico, designadamente na China, pode ser mais um "˜pico"™ a "volatilidade" nestes mercados, mais do que "uma aceleração do crescimento".