O Brasil é o único país latino que vai encerrar 2015 com redução na oferta de voos comerciais. Em dezembro, o País vai registrar uma queda de 3% no volume de passagens aéreas à venda no mercado de acordo com projeções da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), que consideram voos domésticos e internacionais. Essa é uma reação das empresas aéreas ao pior cenário macroeconômico para o setor nos últimos dez anos. Com o dólar alto e a economia em recessão, as empresas operam no vermelho e os investidores colocam em xeque a viabilidade financeira das companhias.
O Brasil responde por cerca de um terço do tráfego aéreo da América Latina, que fechará o ano com expansão de 5% da capacidade, segundo dados dos sete maiores mercados (veja ao lado). O maior crescimento será no México (13%), seguido de Colí´mbia (12%) e Chile (11%).
No mercado brasileiro, o corte de oferta já começou. Em setembro o volume de assentos oferecido caiu 1,74% em relação ao mesmo período de 2014, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Por enquanto, a redução vem das líderes TAM e Gol, enquanto as duas empresas menores, a Azul e a Avianca, apenas desaceleram um movimento de expansão.
Nos próximos meses de 2015 e 2016, a retração deve ser ainda maior. A presidente da TAM, Claudia Sender, disse que até o fim de novembro terá implementado a redução de 10% na malha doméstica, anunciado em julho. «Vamos avaliar os próximos passos conforme tivermos mais clareza especialmente sobre o patamar de câmbio. Somos parte de um grupo multinacional (a Latam, com sede no Chile) e podemos transferir capacidade para mercados mais fortes», afirmou.
A Gol prevê corte de 2% a 4% na capacidade no segundo semestre deste ano. «Vivemos o pior cenário para aviação brasileira da história da Gol. A única alternativa gerenciável é reduzir oferta», disse o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, em entrevista no início do mês.
O Estado apurou que a Gol deverá ampliar esse movimento no ano que vem, com redução de frota. A companhia aluga entre três e quatro aviões por ano para empresas europeias durante o verão europeu, baixa temporada no Brasil. Ano que vem o número de aviões «alugados» deve ficar entre nove e 12…