A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) e a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) participaram nesta segunda-feira (28) de um seminário promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para debater o panorama e as perspectivas do uso de combustíveis sustentáveis na aviação ou SAF (Sustainable Aviation Fuels).
Durante a abertura do evento, o Secretário Adjunto de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME), João José da Nora Souto, destacou o trabalho realizado pelo órgão na criação políticas públicas para o desenvolvimento do BioQAV e a importância de que o Brasil se posicione com protagonismo neste processo.
“O esforço pela descarbonizarão abrange o desafio de introdução do SAF (Sustainable Aviation Fuels – Combustíveis de Aviação Sustentáveis) na nossa matriz energética. De modo que, nesse contexto de transição energética, estamos debatendo este importante tema neste seminário”, afirmou o secretário.
ABEAR e IATA
A participação de Souto foi sucedida pelo painel “Os desafios para a descarbonização do setor aéreo e para a introdução do SAF (Sustainable Aviation Fuels ) na matriz de transporte”, que contou com a presença de Jurema Monteiro, assessora de relações institucionais da ABEAR, e Marcelo Pedroso, diretor de Relações Externas da IATA, que apresentaram o impacto dos combustíveis nos custos das companhias aéreas e as projeções para o uso dos SAF no setor.
“Nós buscamos estar alinhados às demandas da sociedade e adotar com essa nova fonte de combustíveis, somada a outras iniciativas. Somos favoráveis à adoção da SAF no mundo todo e não é diferente aqui no Brasil. O SAF é necessário para atingir nossa meta de redução das emissões”, afirmou Jurema Monteiro, que ainda mencionou o trabalho junto ao Congresso Nacional no debate sobre do Projeto de Lei que discute a introdução de SAF no Brasil (PL 1873/21), de autoria do deputado Ricardo Barros (PP-PR).
Já Marcelo Pedroso, da IATA, apresentou o que já foi feito e os desafios para alcançar a descarbonizarão do setor aéreo até 2050. “É uma meta ousada, mas viável, desde que consigamos fazer uma combinação de medidas. O modelo ideal é melhorar a eficiência operacional, que corresponde a uma pequena faixa de 3% das contribuições, seguir com medidas de melhoria tecnológica, que correspondem a 13%. Em torno de 19% dessa redução viria dos créditos de carbono e 65% das reduções viriam pelos combustíveis sustentáveis de aviação, o que é um esforço coletivo”, afirmou.
MME, MCTI E ANAC
Também participaram do painel Renato Cabral, coordenador-Geral de Biodiesel e Outros Biocombustíveis do MME, Eduardo Soriano, diretor do Departamento de Tecnologias Aplicadas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e Ricardo Dupont, coordenador de Meio Ambiente da Assessoria Internacional e de Meio Ambiente da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).