A Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta) divulgou recentemente que o mês de fevereiro registrou 24,2 milhões de passageiros, representando um crescimento de 4,5% comparado ao mesmo período de 2019. O tráfego aumentou 2,6% e a capacidade cresceu 4,7%.
Estes números apontavam para uma perspectiva da entidade de terminar o ano de forma positiva. No entanto, em fevereiro, a região ainda não havia sentido os impactos da pandemia do novo coronavírus.
“Ainda não temos os números fechados de março, mas estimamos uma perda imensa de passageiros, já que desde o dia 12 a OMS considerou a covid-19 como pandemia. Os mercados brasileiro e mexicano operaram de forma um pouco mais normal, enquanto Argentina e Peru fecharam as fronteiras desde o início do mês de março”, conta o CEO da Alta em coletiva de imprensa on-line, Luís Felipe de Oliveira.
A associação estima que, em março, haverá uma queda de 25% em relação ao mesmo período do ano passado, indo de 38 milhões de passageiros para 28 milhões. Apesar disso, houve uma tendência internacional do fortalecimento de transporte de carga, já visto em abril.
“A aviação é uma indústria fundamental para os países latino-americanos, dado à extensão da região, à infraestrutura, condições climáticas, montanhas, rios… Ela é essencial para o nosso transporte. Além disso, é um setor resiliente, que já passou por várias crises. Teremos uma recuperação, mas será lenta. Nossa região tem um potencial de crescimento muito grande.”
Segundo Oliveira, o início dessa recuperação será com os países que tem um tráfego doméstico intenso, como Brasil, México, Colômbia e Argentina, seguido pelo inter-regional e, depois, pelo internacional extrarregional. A tendência maior é que os voos domésticos voltem no final de maio, início de junho, mas isso depende do impacto que a covid-19 continuará tendo nos países da região. Em sua visão, a volta para os níveis de passageiros e voos de 2019 seria somente em dezembro de 2021…