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Como está a implantação do NDC em todo o mundo? Iata responde

A indústria de Viagens e Turismo debate há cerca de uma década a chegada do NDC aos desktops e smartphones. A Nova Capacidade de Distribuição, na tradução do inglês, quer modernizar o padrão tecnológico de distribuição de viagens, permitindo que o consumidor tenha uma oferta mais consistente e ampla, que as empresas aéreas possam oferecer seus produtos em todos os canais e de forma personalizada, e que as agências de viagens tenham em suas mãos um ambiente tecnológico mais amigável, de ponta e com produtos aos quais hoje esse canal não tem acesso, como os ancillaries das companhias aéreas.

O discurso é o mesmo desde seu anúncio e a desconfiança do mercado idem. Vai acabar com os GDSs? Vai fortalecer a venda direta? Vai ser obrigatório para todas as empresas? Segundo a Iata a resposta para todas essas perguntas é não.

A Revista PANROTAS 1.467, já disponível no Portal PANROTAS, conversou com Dany Oliveira, Karina Medeiros e Jefferson Simões, da Iata no Brasil, para saber em que estágio o NDC está por aqui e no mundo e a resposta de Karina foi bem assertiva: “Não temos como dar uma porcentagem de uso ou adesão, pois cada companhia tem uma estratégia diferente para cada mercado, mas o NDC já é uma realidade. Ele está aí.”

Segundo ela, as empresas aéreas americanas são as mais adiantadas e por conta da pandemia muitas outras devem acelerar seus investimentos e sua adesão ao novo padrão. “As duas principais consequências do NDC para os negócios é a redução de custos, já que a despesa com distribuição é um dos itens mais custosos para as aéreas, e gerar nova receita, pois a personalização e a oferta de mais produtos, como os ancillaries, levam a mais venda para os agentes de viagens e as empresas aéreas”, analisa.

Mas cada empresa aérea está decidindo apostar em mercados específicos nesse começo, por isso o NDC não está tão evidente no Brasil, mas creiam, ele já existe. A Iberia já anunciou que quer liderar na adesão na América Latina e já começou pelo Uruguai. A Lufthansa também tem planos globais para o NDC, incluindo nossa região, e a Latam, ao anunciar seu acordo com o Amadeus, falou dos projetos para intensificar o uso do NDC. Outra empresa latina que abraçou o NDC desde o início foi a Avianca.

“Vale lembrar que o Brasil já alguns anos tem um modelo de conexão direta nas companhias nacionais, o que diminui o custo de distribuição, por isso as empresas estão focando na Europa, por exemplo, que tem um custo de distribuição mais alto”, afirma Karina.

OPORTUNIDADE
Mas ele vai chegar a todas as regiões e, segundo Jefferson Simões, as agências de viagens precisam ver o NDC como oportunidade, pois trará mais receita e produtos de uma forma mais amigável. “É natural haver relutância à mudança, a relação das agências com os GDSs é boa, mas o conceito de alguns está errado. O NDC não é o fim dos GDSs ou das agências e sim um upgrade de tecnologia, para todos falarem o mesmo idioma de transmissão de dados, todos terem o mesmo padrão. Os GDSs estão na jogada. Eles sabem que suas tecnologias estavam antigas, precisavam se atualizar com a indústria”, continua. “É uma questão de tempo para tudo migrar”, diz Karina.

Também vale destacar que o NDC não é obrigatório para as companhias aéreas, o que pode gerar um período de transição longo e até confuso para o setor, com muitos processos, fontes e plataformas. O convívio com esses vários modelos ao mesmo tempo será um ônus que a indústria terá de pagar nessa transição.

“Não tenham dúvidas que o NDC é o caminho”, diz Karina às companhias aéreas. “E agências de viagens, conversem com as empresas de aviação e demostrem interesse, assim o NDC chega mais rapidamente a sua região e negócios”…

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