O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, falou ao Portal PANROTAS que as primeiras medidas anunciadas pelo governo federal atendem aos pleitos das companhias aéreas nacionais, que viram seu movimento despencar por conta da crise do novo coronavírus. “Somente com as tarifas do Decea (aeroportuárias) o setor gasta R$ 300 milhões por mês”, disse ele. Além da postergação do pagamento dessas taxas, o governo autorizou o reembolso de passagens em até um ano e vai lançar uma linha de crédito para as companhias.
PORTAL PANROTAS – Com essas medidas a aviação nacional já consegue respirar?
EDUARDO SANOVICZ – Estamos vendo pela primeira vez desde o começo da crise o mundo andar pra frente de forma palpável. É a primeira parte de uma agenda com o governo. Primeiro a questão das taxas e do reembolso. Depois virá a linha de crédito. Em seguida mais avanços. Nos reunimos com todos os envolvidos do governo (Anac, Economia, Turismo, Senacom, Infraestrutura, Secretaria de Aviação Civil) e com base nos dados que mostramos, alguns em confidencialidade, eles puderam avaliar o que poderiam fazer para um dos setores essenciais da economia.
PP – Já há um valor para essa linha de crédito?
SANOVICZ – Preferimos mostrar esses dados e deixar o governo avaliar, até porque há outros setores com as mesmas demandas. O Ministério da Economia está seguindo uma linha de muita parceria, mas não posso deixar de exaltar o papel do Ministério da Infraestrutura e da Secretaria de Aviação Civil.
PP – A Iata fala em US$ 200 bilhões necessários para as empresas no mundo…
SANOVICZ – A Iata tem os nossos números também. Vamos aguardar a determinação do governo. Mas só as taxas do Decea (aeroportuárias) significam gastos de R$ 300 milhões para as companhias nacionais em um mês…