Com experiência na cobertura de todas as 13 Copas do Mundo disputadas desde a da Inglaterra, em 1966, o jornalista Keir Radnedge ainda não sabe se estará de volta daqui a dois anos, para os Jogos Olímpicos do Rio, de 5 a 21 de agosto de 2016. O inglês cobriu, em casa, os de Londres-2012 e sabe bem a principal diferença entre o megaevento do futebol e o dos esportes olímpicos:
Nos Jogos, a Argentina ganhou duas medalhas de ouro consecutivas, em Atenas-2004 e em Pequim-2008, mas não foram vistos "barras brava" por lá. Até porque a Associação de Futebol Argentino e os clubes locais "” os principais financiadores de torcedores violentos "” têm acesso limitado aos bilhetes olímpicos, controlados por comitês nacionais e agências.
A primeira edição dos Jogos Olímpicos na América do Sul, porém, pode provocar um fenômeno diferente. Normalmente, os sul-americanos não estão entre os maiores compradores de ingressos olímpicos. Para se ter ideia, brasileiros compraram 50 mil ingressos para os Jogos de Londres-2012, contra apenas 18 mil em Pequim-2008. Com o sucesso e a atmosfera da Copa-2014, isso também ajuda a mudar a percepção em relação à Rio 2016.
Se na Copa-2014 a Fifa vendeu 3.429.873 de ingressos para os 64 jogos disputados em 12 cidades-sede, em Londres, há dois anos, foram 8,8 milhões de bilhetes para os 16 dias de competições de 26 esportes, incluindo o futebol e as cerimônias de abertura e de encerramento. No Rio, serão 28 esportes, com a inclusão do golfe e do rúgbi de sete…