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Embraer espera crescer com ajuda do mercado asiático

SÃO PAULO – De olho na recuperação da economia global, a Embraer espera que a sua nova geração de jatos, os e-jets 2, ajude a companhia a manter a sua participação de mercado e até mesmo crescer em regiões onde a penetração é considerada baixa, como na Ásia, uma das regiões que deve apresentar um dos maiores crescimentos nos próximos anos, junto com o Oriente Médio. A companhia é líder no segmento de aeronaves de 70 a 130 lugares, com uma fatia de 52% no mercado global.

"” Já temos muitos clientes no Oriente Médio, mas queremos uma penetração maior na Ásia. Na China somos líderes nas aeronaves de 100 assentos, com uma fatia de 90%, mas no restante da Ásia temos uma participação bem menor "” afirmou Paulo Cesar Silva, presidente da Embraer Aviação Comercial.

O desejo de reforçar a presença nos países dessa região está atrelado ao crescimento esperado para os próximos anos. Nas contas da Embraer, a receita por passageiro por quilí´metro transportado (conhecida pela sigla RPK) irá crescer a uma média anual de 4,8% até 2033. O RPK será maior no Oriente Médio e China, com avanços médios de 7,1% e 6,8%, respectivamente. A região conhecida como Ásia-Pacífico também crescerá acima da média, com incrementos de 5%. E, mais do que isso, a Embraer espera que até 2033 a China e a região Ásia-Pacífico sejam os maiores mercados do mundo, responsáveis por 40% das receitas por passageiros transportados globalmente. Já a fatia de Europa e América do Norte, nas projeções feitas, ficará em 36%.

Mas esperando um mercado mais competitivo, e em que o preço do combustível tem um peso considerável, a Embraer investiu na redução de consumo por seus jatos. Esses novos modelos, chamados de segunda geração dos E-jets, começam a ser entregues a partir de 2018, com as encomendas crescentes.

Silva explica que os novos E175, que começarão a ser entregues só em 2020, garantirão um consumo de combustível 6,44% menor que o modelo atual, o que, segundo ele, é muito, já que o combustível representa cerca de um terço dos custos das companhias comerciais de aviação. A maior parte da demanda pro esse modelo está nos Estados Unidos.

"” É uma geração que vai incorporar novos motores, uma nova aerodinâmica e uma tecnologia que serão responsáveis por uma economia de combustível muito significativa, com menos emissões de carbono e menos ruídos "” disse.

Os modelos que estão são remodelados, além do E175, são o E190, que começará a ser entregue a partir de 2018, e o E195, com aeronaves prontas a partir de 2019. Esse modelo também passará a contar com mais assentos, dos atuais 122 (utilizados, por exemplo, pela companhia aérea Azul) para 134.

É com esses novos modelos que a empresa acredita que irá manter a sua participação no mercado global. Nesta segunda-feira, a Embraer informou que prevê uma demanda no mundo todo de 6.250 jatos na categoria 70 a 130 assentos no período entre 2014 e 2033. O valor dessas aeronaves na entrega está estimado em US$ 300 bilhões.

Segundo a companha, a previsão para o mercado global (que inclui outros fabricantes) é de entrega de 2.300 unidades no segmento de jatos de 70 a 90 lugares e de 3.950 aeronaves de 90 a 130 assentos. A substituição de aeronaves antigas representará 56% das novas entregas e os 44% restantes estão relacionados com o crescimento do mercado.

VENDAS ACIMA DO ESPERA

E enquanto o crescimento na Ásia não acontece, a empresa mantém as suas vendas para a América do Norte. No segundo trimestre, a empresa informou que entregou 58 jatos para a aviação comercial e executiva, ante 51 em igual período de 2013 e acima do que era esperado pelo mercado. Em 30 de junho de 2014, a carteira de pedidos firmes a entregar totalizava US$ 18,1 bilhões. No semestre, o número de entregas chega a 92 aeronaves.

"” As entregas foram melhores que o esperado. A previsão estava entre 45 e 50 jatos "” afirmou Mário Bernardes Junior, analista do BB Investimentos…

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