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Consolidação do mercado de aviação coloca mais pressão sobre Embraer

Movimento de concentração no setor alerta para um cenário iminente de maior disputa de preços e reforça a possibilidade de parceria com a Boeing para ganhos de competitividade

Diante da iminente consolidação da indústria de aviação no mundo, o mercado avalia que a possível parceria entre Embraer e Boeing se torna cada vez mais necessária.

"Este é um mercado naturalmente concentrado e está chegando o momento da consolidação. As empresas estão se antecipando a este movimento e a recente parceria da Bombardier com a Airbus é prova disso", avalia o analista da Eleven Financial, Álvaro Frasson.

No ano passado, a possibilidade de compra da Embraer pela Boeing foi vetada pelo governo brasileiro. As duas empresas seguem negociando a criação de uma empresa conjunta de aviação comercial e o movimento é visto como uma resposta à parceria entre Bombardier e Airbus, firmada em 2017. "As empresas estão se antecipando ao cenário iminente de maior disputa de preços. Vai ganhar quem tem volume e for mais eficiente", aponta Frasson.

O presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, conversou com jornalistas em evento na sede da empresa em São José dos Campos (SP) nesta quarta-feira (04). O executivo não se pronunciou sobre novidades nas negociações. "As conversas continuam, é uma operação complexa. Buscamos um acordo que atenda todas as partes." Ele afirmou que a inclusão da divisão de defesa e segurança no negócio não tem dificultado as tratativas com o governo. "Esse não é um impedimento. Até porque já temos um acordo de comercialização do KC-390", respondeu, se referindo ao avião de transporte militar da fabricante brasileira.

Frasson questiona se a Embraer seria capaz de manter a competitividade diante desse cenário de consolidação, caso o negócio não se concretize. "A Boeing tem mais capilaridade e pontos de atendimento, o que a torna mais eficiente. Apesar da aviação executiva ter melhores margens e ser a expertise da fabricante brasileira, essa demanda está estável. A Embraer precisa se renovar." Durante o evento, Silva foi perguntado sobre uma possibilidade da chinesa Comac fazer uma proposta pela Embraer. "O mercado é dinâmico, temos obrigação de estar atentos a todas as oportunidade"…

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