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Em busca de rentabilidade, empresas cortam a primeira classe dos voos

Pijamas da grife italiana Missoni, champanhes com aromas frutados e até suítes privativas. Quem está acostumado ao conforto e à privacidade da primeira classe dos aviões já notou: o espaço, famoso no imaginário dos passageiros pela extensa lista de mimos exclusivos, está cada vez mais raro nos voos entre o Brasil e as principais cidades do mundo. Na busca por maior rentabilidade, as companhias aéreas estão apostando fortemente na ampliação da classe executiva e reduzindo o espaço mais nobre das aeronaves. Especialistas dizem que o movimento tende a ganhar força, principalmente entre as empresas dos EUA, latino-americanas e europeias devido à crise financeira.

Na TAM, a primeira classe deixou de existir em novembro do ano passado. Nenhuma rota foi poupada do corte. A American Airlines vem reduzindo a oferta da primeira classe e seus famosos talheres especiais em alguns voos no Brasil. Até mesmo entre as asiáticas, que lideram o ranking global de satisfação do cliente, o Brasil já conta com versão menos turbinada em relação aos trechos em direção à Europa e aos Estados Unidos. Quem não se lembra da famosa cena do filme "Sex and the city 2", quando as personagens decidem curtir um lounge em pleno voo inspirado no Airbus 380 da Emirates Airlines? Pois bem, esse bar não está disponível nos voos do Brasil.

Apesar de os preços da primeira classe serem, em média, o dobro dos cobrados na executiva e de sete a 12 vezes os da econômica, a explicação é financeira. Para especialistas, não há demanda para sustentar a operação diária de primeira classe, em que uma passagem de ida e volta pode chegar a R$ 40 mil, como no voo Rio-Dubai. A primeira classe costuma ter de oito a 16 lugares, e as "nova" classes executivas já têm de 40 a 60 assentos.

"” Hoje, 60% das viagens internacionais são de negócios. As passagens são pagas por empresas. Então, a redução da primeira classe é uma questão econômica. Por isso, muitas companhias estão investindo na ampliação da executiva, com um maior número de assentos como forma de ampliar a rentabilidade "” disse Rosana de Moraes, professora de Marketing para o mercado de luxo da ESPM Rio.

Na TAM, os voos entre São Paulo e Miami feitos com o Boeing 777-300, por exemplo, tinham apenas quatro assentos na primeira classe. Com o fim dessa categoria, a nova classe executiva foi ampliada para 56 poltronas, que são 15% maiores do que antes. Mais passageiros ganharam conforto, mas se perdeu a privacidade. "A decisão de não oferecer serviços de primeira classe foi tomada para possibilitar o aprimoramento dos assentos e do serviço oferecido a bordo para os passageiros, levando em consideração a ocupação média da primeira classe", disse a TAM, em nota. Com a mudança, porém, alguns mimos foram cortados. As pantufas com que os passageiros top desfilavam pelo avião, por exemplo, são coisa do passado…

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