A VOEPASS é uma companhia aérea brasileira sediada na cidade de Riberao Preto, São Paulo. Seu principal hub é o aeroporto Leite Lopes, com hubs secundários em Guarulhos e Brasília, de onde atende passageiros e cargas no segmento regional, com uma frota de 15 aeronaves ATR 72 e ATR 42, o que atualmente lhe permite operar em 38 cidades em todas as regiões do país, incluindo 7 destinos na região amazônica. A VOEPASS Linhas Aéreas tem codeshare e interline com a LATAM Airlines e a GOL Linhas Aéreas Inteligentes.
Desde 2012 a VOEPASS foi certificada com o Programa de Auditoria de Segurança Operacional da IOSA, internacionalmente reconhecido e aceito pela IATA, projetado para avaliar os sistemas de gerenciamento e controle operacional de uma companhia aérea. A companhia aérea é atualmente membro da ABEAR, ALTA e agora da IATA.
Para saber mais sobre o presente e o futuro da companhia aérea, a ALN falou com Eduardo Busch, CEO da VOEPASS Linhas Aéreas.
Para saber mais sobre o presente e o futuro da companhia aérea, a ALN falou com Eduardo Busch, CEO de VOEPASS Linhas Aéreas.
1- A VOEPASS acaba de tornar-se membro da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), o que esta nova parceria significa para você?
Desde o início das atividades da VOEPASS, sempre tivemos o apoio da IATA, mas apenas como cliente, consumindo produtos pontuais. Agora, como membros efetivos, poderemos participar de forma ampla de toda a gama de serviços e produtos. Isso tem um significado importante para a VOEPASS, chancelando nosso alinhamento com as melhores práticas da indústria do transporte aéreo em todo o mundo.
2- Ainda existe um enorme potencial no Brasil e na região para que mais pessoas utilizem o transporte aéreo. Quais são seus planos para aproveitar este potencial e como podemos colocar mais pessoas voando?
Acreditamos em um modelo de transporte aéreo regional focado na capilaridade, atuando em conjunto com as grandes companhias aéreas. Dessa forma, potencializamos nosso produto com ganhos de escala, permitindo operações perenes em mercados de baixa e média demanda ligados a grandes centros do Brasil. Atualmente, temos nossa malha conectada em codeshare com aproximadamente 70% do market share do país, através das parcerias firmadas com duas das maiores empresas aéreas do Brasil.
3- Qual é a sua visão para o futuro da aviação regional?
Assim como todo o mercado da aviação, estamos acompanhando de perto as inovações tecnológicas que permitirão menor impacto ambiental e maior eficiência operacional com menor custo. Essa maior eficiência irá permitir um desenvolvimento ainda maior da capilaridade regional, permitindo o acesso ao transporte aéreo por número muito maior de clientes. Além disso, a aviação regional brasileira vem amadurecendo com a implementação dos acordos de compra de capacidade (CPA), o que permitirá também sua maior expansão, sendo um modelo de negócio já consolidado na Europa e na América do Norte. No Brasil, a VOEPASS foi pioneira nessa operação de CPA.
4- Qual a importância das cidades secundárias ou mesmo terciárias em sua estratégia de crescimento? Que desafios você tem que superar para servir essas comunidades?
Em alguns mercados, encontramos gargalos operacionais, que estão sendo superados pelos investimentos públicos e privados nos aeroportos e pela flexibilização regulatória. Todavia, o maior gargalo sempre será a existência de demanda, em um cenário de altos custos que exige maiores tarifas e acaba por restringir o acesso de um número maior de clientes. Vale lembrar que em alguns casos, o custo de combustível nesses mercados chega a ser maior do que o dobro do custo nos mercados principais.
5- Você poderia nos falar um pouco sobre seus planos de crescimento e o papel que sua frota desempenhará na concretização disso? A Voepass poderia operar qualquer rota para fora do Brasil em algum momento?
Operamos em um país de dimensões continentais, e vemos um enorme potencial de crescimento para as operações da VOEPASS. Passada a pandemia e com as incertezas da guerra, tomamos uma posição conservadora nas projeções de curto e médio prazo. Todavia, trabalhamos para que nos próximos 3 anos possamos operar em aproximados 70 destinos no Brasil, operando uma frota de até 25 aeronaves ATR. Essas operações serão realizadas tanto sob contratos de compra de capacidade, como em operações próprias realizadas em codeshare com nossos parceiros. Em relação a potenciais operações internacionais, olhamos a América do Sul como um potencial mercado de expansão para o futuro.
6- Na esteira da pandemia, tivemos alguns anúncios importantes sobre fusões, consolidação e novas formas de parceria em toda a região. Como você vê a evolução desse cenário no Brasil e na região? Que papel a VOEPASS desempenha nessas novas parcerias?
A crise fez com que os players do setor revisassem todos os planos, inclusive os estratégicos. Isso levou a esse movimento de ajuste, que parece estar se acomodando agora. Nosso papel continua estratégico com nossos parceiros, quando assumimos a sua capilaridade. No caso dos contratos de compra de capacidade, por exemplo, permitimos que nosso parceiro acesse diretamente esses mercados secundários, nos quais não caberia acessar com seus narrow bodys, sem exigir que ele tenha que diversificar sua operação com um mix de frota. Isso permite um maior foco e eficiência operacional para os nossos parceiros.