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Indústria cai 2,5% e compromete o PIB

A produção da indústria voltou a decepcionar e recuou 2,5% em fevereiro, praticamente anulando a expansão apurada em janeiro (2,6%). O pior resultado mensal apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em pouco mais de quatro anos foi puxado pelo encolhimento dos ramos automotivos (9,1%)e de bens de consumo (-4,2%).

mapa Brasil

Em 15 dos 27 setores analisados, houve queda na produção. O resultado só perdeu para dezembro de 2008, no auge da crise econômica mundial, quando a atividade industrial no país se contraiu em 12,2%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a retração de fevereiro foi ainda maior (3,2%) e também ficou acima das previsões de mercado.

Os números oficiais, divulgados ontem, lançam dúvidas sobre a recuperação da economia. «A surpresa negativa, juntamente com os indicadores de março conhecidos até agora, sugere expansão da indústria inferior a 1% no primeiro trimestre», disse o economista – chefe do Bradesco, Octavio de Barros. O governo já vem adotando, desde o ano passado, sem sucesso, uma série de medidas de estímulo ao setor, como a redução das alí­quotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros e caminhões.

«Ficou claro que o principal problema da indústria está na oferta e não na procura, já estimulada com crédito e desonerações», analisou Samy Dana, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV – SP). A razão disso, acrescenta ele, está na escala de custos e nas dificuldades logísticas. Segundo o IBGE, a categoria bens de capital, que serve de termômetro para o nível dos investimentos, apresentou expansão mensal em fevereiro, de 1,6% sobre janeiro. «Os bens de capital começam a se recuperar da queda apresentada ao longo do ano passado, e isso mostra que o nível de investimento está aumentando, o que é importante para a atual realidade da economia», destacou o economista da Austin Rating Felipe Queiroz.

Para o diretor de Pesquisa Econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos, a indústria deve continuar a ter uma performance pior em relação a outros setor es da economia, sobretudo o de serviços, também em razão do real valorizado, da perda de competitividade e da demanda externa baixa.

A atividade industrial de fevereiro também confirmou o comportamento atípico de janeiro. Uma prova disso foi a expansão excepcional de 6,2% da produção de veículos no primeiro mês do ano. «As pressões para o governo reformular a polí­tica industrial vêm tan to do mercado interno quanto do externo», observou Creomar Souza, professor do Ibmec – DF.

Fuente: Correio Braziliense / SNEA

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