Frederico Pedreira, presidente da Avianca Brasil
Frederico Pedreira, 40, presidente da Avianca Brasil, a quarta maior empresa aérea do Brasil, disse que a empresa «analisa» a possibilidade de ter um parceiro estratégico, que pode ser uma companhia grande, em um acordo que «vai muito além de ter um sócio minoritário».
Ele, que é português, também disse que é «questão de momento» uma união com a Avianca Holdings. Embora carregue a marca licenciada, a Avianca Brasil é uma empresa independente, com administração separada. A Avianca Holdings é o segundo maior grupo do setor na América Latina e dele também é acionista José Efromovich, presidente do conselho e controlador da Avianca Brasil.
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Folha – Existe a possibilidade de união das duas, a Avianca Brasil e a Avianca Holdings?
Frederico Pedreira – Isso foi sempre um plano de longo prazo.
Esse longo prazo se aproxima?
Boa pergunta. Não aconteceu ainda por uma questão de momento. As duas empresas partilham a mesma marca, têm a mesma experiência de voo. Quando você pensa no setor mundial como um todo, vai ver que há um movimento de consolidação que não é local. Não é Brasil nem América Latina. É do mundo. Você viu recentemente a Qatar com a Latam, a Delta com participação na Gol. É a nossa visão de longo prazo, sem dúvida. Até porque partilhamos a mesma marca. Acreditamos que as duas empresas juntas vão ser mais fortes do que separadas. Mas neste momento não há planos de curto prazo para isso acontecer.
E sócios minoritários? Para isso há planos de curto prazo?
Não estamos fechados, pelo contrário. Estamos abertos a ter uma parceria mais forte com um parceiro estratégico, ou seja, uma companhia aérea grande, e estamos analisando essa possibilidade. Mas vai muito além de simplesmente ter um sócio minoritário. Tem que ser alguém que aporte alguma coisa para o todo.
O que esperam daquela possibilidade de o governo aceitar a demanda do setor para reduzir o teto do ICMS no querosene de aviação de 25% para 12% em todos os Estados?
Isso penaliza muito a indústria em relação a outros países, e temos que trabalhar para que a indústria aérea brasileira seja mais competitiva na comparação com o resto dos «players» mundiais.
Vocês estão otimistas? Como está a conversa com o governo?
Acredito que pela situação atual, em que várias companhias reduziram oferta, o governo ficou mais aberto a entender o porquê desse pedido. Não faz sentido que uma aeronave que voa São Paulo-Buenos Aires não pague imposto, e que a mesma aeronave, voando São Paulo-Salvador, pague 25%.
Quando se compara este governo com o anterior, este atual está mais receptivo?
Acho que é cedo para afirmar se está ouvindo mais ou menos. Acho que ele deu a entender que compreende os desafios a que hoje as companhias aéreas estão sujeitas, e mostrou a vontade de ajudar.
E as outras demandas do setor para que a regulação no Brasil seja equiparada a práticas internacionais, como a cobrança por bagagem?
Nós não pedimos nada a mais. Pedimos apenas que as companhias aéreas no Brasil estejam em linha com o resto das companhias aéreas do mundo. Um exemplo bem marcante disso é a cobrança da bagagem extra, uma prática que está no mundo inteiro, e que não visa penalizar o passageiro, muito pelo contrário, visa que o passageiro sem bagagem não pague por aquele que tem bagagem…