BRASIL EM PORTUGUES

Tirar o máximo partido da conectividade aérea no Brasil

A última edição da Airlines, a principal revista bimestral da IATA, apresenta uma entrevista exclusiva com Eduardo Busch, CEO da companhia aérea brasileira VOEPASS.

Qual é sua estratégia para a companhia aérea e como vão crescer no futuro?

A estratégia da VOEPASS é continuar atuando como um feeder para as principais companhias aéreas brasileiras, servindo de capilaridade para os passageiros em suas jornadas. No Brasil temos muitos mercados não atendidos, e muitos outros atendidos por apenas uma operadora, a estratégia do VOEPASS é crescer nestas oportunidades.

O governo entende o valor da aviação? O plano regional está funcionando?

O Brasil tem uma dimensão continental, e o novo governo está trabalhando para criar um plano para desenvolver a aviação regional. Eles agora entendem estes serviços de aviação regional como uma infra-estrutura importante para desenvolver regiões.

Que mudanças são necessárias na regulamentação brasileira, particularmente no que diz respeito à proteção ao consumidor e aos preços dos combustíveis?

Ambas as questões são sensíveis para as empresas aéreas. No lado do combustível, uma parte do problema vem do imposto sobre combustível. Neste momento, provavelmente estamos lidando com os preços mais altos do combustível no mundo, e na aviação regional o impacto é ainda maior. Estamos buscando soluções com os estados brasileiros para reduzir ou eliminar o imposto sobre combustível para operações regionais. No lado da proteção ao consumidor, o Brasil provavelmente tem o maior número de ações judiciais do mundo. Isso não é aceitável e cria um custo extra para todos os passageiros. Recentemente tivemos algumas mudanças na lei para reduzir a exposição da empresa, além de um grande trabalho de conscientização sobre os reflexos que isso gera, e acreditamos que o número de reclamação do consumidor será reduzido.

Qual a importância das questões de sustentabilidade para a empresa aérea e o que mais pode ser feito para garantir o fornecimento de combustíveis sustentáveis de aviação?

Acreditamos que a sustentabilidade será uma chave para todo o setor em um futuro muito próximo. Internamente, cancelamos toda a pegada de carbono das sedes corporativas no tocante à eletricidade. Para o SAF, acreditamos que uma regulamentação de incentivo pode oferecer mais opções a um custo melhor.

Que outros desafios você vê para o futuro da aviação – por exemplo, você está preocupado com a escassez de pessoal, atrasos na produção de aeronaves, infra-estrutura inadequada, etc.?

Acreditamos que um gargalo de produção foi causado pela pandemia. Atrasos ocorrem não apenas na produção de aeronaves, mas também em veículos e outras indústrias. Esta situação será resolvida nos próximos meses ou em um ano. Com relação ao pessoal, estamos criando incentivos para reter nossos empregados e reduzir a rotatividade, mas a escassez de pessoal é uma questão importante para a indústria.

As transportadoras menores podem expressar sua posição sobre questões globais e há algum problema em que você acha que as transportadoras menores teriam uma visão diferente das grandes companhias aéreas?

É um fato que as companhias aéreas menores estão muito longe das grandes discussões. Contamos com a IATA como representante de nossas necessidades neste assunto.

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