A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) divulgou seu posicionamento a respeito da greve dos caminhoneiros no Brasil em carta aberta de seu vice-presidente regional para as Américas, Peter Cerda.
Além de destacar a importância do fornecimento de combustível feito pelos caminhoneiros, Cerda fez uma crÃtica aos altos impostos cobrados pelo governo brasileiro sobre o combustível, destacando o fato das aéreas brasileiras pagarem «mais do que quase qualquer outro lugar do mundo» no abastecimento de suas aeronaves, mesmo com o País importando menos de 10% do combustível utilizado na aviação. Exemplifica com o ICMS sobre o combustível doméstico, o que considera um dos maiores do globo – 19% em média no País, e 25% em São Paulo.
Vale lembrar que 12 aeroportos estão sob risco de ficarem sem combustível a qualquer momento.
Confira abaixo a carta aberta do executivo da Iata:
Carta aberta sobre posicionamento da Iata
A greve dos caminhoneiros no Brasil destaca a importância vital de um fornecimento confiável de combustível de aviação para o bem-estar do país. A aviação tem uma participação importante na economia brasileira, garantindo 1,1 milhão de empregos e 1,4% do PIB do país. Mas sem combustível, esses benefícios não podem ser realizados.
Essa crise também levanta questões mais amplas sobre as políticas de combustível do Brasil e se elas estão gerando o melhor resultado para a população e as empresas do país. Devido às políticas do governo, as companhias aéreas pagam pelo combustível de aviação no Brasil mais do que quase qualquer outro lugar do mundo.
Por exemplo, embora o Brasil importe menos de 10% de seu combustível de aviação, o preço do combustível se equipara ao preço de importação do Golfo do México. A política de preços de paridade de importação do Brasil aumenta cerca de 660 milhões de dólares por ano na conta das companhias aéreas. Além disso, o Brasil tem um dos ICMS mais altos sobre o combustível doméstico (19% em média). No Estado de São Paulo, o maior mercado de transporte aéreo do Brasil, o ICMS é de 25%…