INDUSTRIA AERONÁUTICA

Tráfego aéreo no Brasil e no mundo despenca com pandemia de Covid-19; veja o que mudou e perspectivas

Dados de tráfego aéreo obtidos pelo site especializado em aviação FlightRadar24 e cedidos ao G1 mostram o tamanho do impacto no setor causado pela da pandemia de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.

De acordo com levantamento, somente 5.275 aviões voavam às 12h de terça-feira (7) (horário de Brasília). O número representa queda de 64,86% em relação ao tráfego aéreo registrado exatamente um mês antes, em 7 de março.

Na América do Sul, o impacto foi ainda maior: as imagens mostram redução em cerca de 80% no tráfego aéreo na comparação entre as 15h (de Brasília) de 7 de março e o mesmo horário em 7 de abril.

O diretor de comunicação do FlightRadar24, Ian Petchenik, disse ao G1 que o cenário piorou muito rapidamente. «Se você me perguntasse algumas semanas atrás, eu teria comparado com 2002, 2003», disse. Naqueles dois anos, o mercado da aviação civil ainda sentia os impactos causados pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

«Mas agora estamos chegando a um ponto sem precedentes. Frotas inteiras estão estacionadas. Nunca passamos por isso», afirmou.

E no Brasil?

A oferta semanal de voos domésticos no Brasil despencou de 14.781 para apenas 1.241 desde o fim de março. Com a queda na demanda e as medidas contra a pandemia do novo coronavírus, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) conseguiu acordo com as três principais companhias aéreas e formatou uma nova malha aérea em 46 localidades brasileiras.

 

Dados do site FlightRadar24 compilados nos dez aeroportos mais movimentados do Brasil mostram o efeito dessa redução tanto nas decolagens previstas quanto nos voos confirmados. Veja no gráfico abaixo.

GRÁFICO - Tráfego nos 10 aeroportos mais movimentados do Brasil — Foto: G1 Mundo via FlightRadar24GRÁFICO - Tráfego nos 10 aeroportos mais movimentados do Brasil — Foto: G1 Mundo via FlightRadar24

GRÁFICO – Tráfego nos 10 aeroportos mais movimentados do Brasil — Foto: G1 Mundo via FlightRadar24

O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, explica que os custos ao caixa das empresas antes da adoção dessa nova malha aérea chegava a R$ 45 milhões por dia. Ainda assim, alguns voos foram mantidos para preservar o transporte de cargas — muitas vezes levadas no porão de aviões em viagens comerciais.

«Nem todos têm dimensão de como é difícil o transporte de medicamentos pela Amazônia sem aviões», exemplificou Sanovicz.

Enquanto alguns voos domésticos foram mantidos, as viagens internacionais ficaram praticamente restritas a operações de repatriação. De acordo com a Abear, cerca de 41,5 mil passageiros chegaram ao Brasil a partir de 36 países desde 23 de março. Um terço deles ainda seguiram viagem a países vizinhos…

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