Aeroporto de Macapá estaria gerando prejuízos por pouca movimentação. Infraero adiou fechar terminal de cargas, mas sem descartar a possibilidade.
O prazo para o recebimento de compras de produtos importados de outros países pode virar uma dor de cabeça para os amapaenses. O transtorno será resultado da concretização da possibilidade do fechamento do terminal de cargas do Aeroporto Internacional Alberto Alcolumbre, em Macapá. A medida não foi descartada na noite desta terça-feira (21) pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que informou ter apenas suspendido a decisão de fechar o terminal. A previsão era encerrar as atividades em 1º de agosto.
Na prática, a decisão da Infraero faria todo produto importado chegar ao Amapá por navios, e não através de aviões, tornando a entrega demorada no estado.
O comunicado de suspender o fechamento foi repassado aos empresários amapaenses que dependem do transporte aéreo para importar mercadorias estrangeiras. Em encontro com a Federação do Comércio (Fecomércio) do Amapá, a Infraero argumentou o fechamento do terminal pela inviabilidade de mantê-lo diante da pouca movimentação de cargas nos últimos 12 meses. Os prejuízos alcançaram R$ 200 mil.
«Por enquanto [o fechamento] está suspenso até que a gente chegue a uma definição com o mercado local», garantiu o superintendente de logística e mercadorias da Infraero, Francisco Nunes.
A «definição do mercado local» citada pelo representante da Infraero refere-se ao pouco uso do terminal pela classe empresarial. Foram movimentadas no aeroporto 36 toneladas de importados em 2014, segundo a Fecomércio. A capacidade, no entanto, seria 30 vezes maior, podendo a chegar a mais de 500 toneladas, afirmou a Infraero.
«[Manter o terminal] não depende só da Infraero ou do governo, mas de quem o ocupa. O prejuízo está na ordem de R$ 200 mil ao ano e quando olhamos para cinco anos a frente, esse cenário tende a se agravar.
Tivemos no mês de janeiro, por exemplo, apenas seis quilos processados. Existiu uma estrutura e um custo de pessoal para apenas seis quilos», comentou Nunes.
Para o presidente da Fecomércio, Eliezir Viterbino, o fechamento do terminal resultaria em danos econômicos para o Amapá. O aeroporto é o único do país em uma área de livre comércio, onde existe a redução de impostos para produtos importados. A medida ainda causaria dificuldade às petrolíferas que vão explorar a costa amapaense.
«Se uma peça de uma máquina quebrar, o empresário vai esperar 90 dias para ela chegar de navio? Não. Ele procura o terminal», exemplificou Viterbino…